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Disney compra Fox por R$ 175 bilhões – mas o que isso significa?

A compra vai afetar bastante o que você vai ver nos cinemas a partir de agora

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 out 2020, 15h21 - Publicado em 14 dez 2017, 14h38

A Disney Company anunciou hoje que adquiriu a 21th Century Fox em uma negociação que terminou com o valor de 52,4 bilhões de dólares (R$ 175 bilhões). De fora da compra ficaram apenas os canais jornalísticos da Fox (por uma questão jurídica, a casa do Mickey já possui redes televisivas e a compra de outras é impedida pela lei americana, a fim de evitar monopólio). Muito legal, mas como essa compra vai afetar a sua ida ao cinema? Olha, muita coisa pode mudar.

Logo de cara, é importante lembrar que a Fox possuía uma porrada de franquias icônicas que agora podem ser adaptadas pela Disney, da maneira que a Casa do Mickey quiser. Abre-se a possibilidade, por exemplo, de uma série de TV sobre Clube da Luta, novos filmes da saga Planeta dos Macacos, enfim uma continuação para o longa-metragem dos Simpsons — isso só para citar alguns exemplos. A compra ainda deu para a Disney marcas como Duro de Matar, Esqueceram de Mim e  A Era do Gelo, e séries de TV como Prison Break, 24 horas, American Horror Story, This Is Us e Modern Family. A aquisição envolve, também, os filmes Avatar, que tem quatro continuações planejadas até 2025 — e recentemente ganhou uma área nos parques da Disney em Orlando.

Os mais afetados, no entanto, serão os super-heróis. Nos anos 1990, a Marvel estava mal das pernas: quadrinhos já não eram tão lucrativos assim. Então, a editora começou a vender os direitos de seus personagens para grandes estúdios de cinema. Os contratos não tinham nenhum tipo de data de validade, quem os comprasse teria direitos para sempre — a não ser que deixassem o personagem na geladeira por longos períodos de tempo, com 10 anos sem fazer nenhum tipo de filme com eles, por exemplo.

A Fox se aproveitou dessa história. Comprou os direitos dos X-Men e do Quarteto Fantástico. É exatamente por isso que esses personagens nunca se encontraram com os Vingadores nas telonas. Com a compra, isso tudo muda. Os filmes da Marvel, que também foi comprada pela Disney em 2015, poderão utilizar não só esses super-heróis, como também seus vilões, responsáveis por acontecimentos importantes nas HQs. O Doutor Destino, arqui-inimigo do Quarteto Fantástico, é pivô da série Guerras Secretas, que rendeu US$ 2,8 milhões e se tornou a história em quadrinhos de super-heróis mais vendida daquele ano.

Mesmo franquias consagradas de personagens que até então não eram tão famosos podem ser extremamente lucrativos para os filmes da Marvel. Deadpool, personagem derivado dos X-Men, rendeu US$ 780 milhões ao redor do mundo, a segunda maior bilheteria da história para um filme para maiores de 18 anos.

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A compra dever abrir novos caminhos para o futuro da Marvel nos cinemas — depois de Vingadores 4, com estreia prevista para 2019, não há nenhum filme publicamente planejado.

Apesar da compra, é possível que o famoso jingle da Fox se mantenha. A Disney continua apresentando os logos da Lucas Films e da Marvel antes da exibição de filmes associados a essas marcas. O sumiço da musiquinha, sim, seria uma grande mudança para o cinema.

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