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As 5 melhores sagas da Turma da Mônica Jovem

Com a estreia da animação da Turma Jovem, listamos 5 arcos dos quadrinhos que ficariam ótimos na TV. Será que teremos Jumenta Voadora?

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 1 nov 2019, 23h20 - Publicado em 1 nov 2019, 17h05

Parece que foi ontem, mas, acredite se quiser, já faz mais de 10 anos que a Turma da Mônica Jovem (TMJ) começou. A publicação, iniciada em 2008, mostra as crianças do Limoeiro já adolescentes, e em um estilo bem diferente do normal. A aposta inusitada da Maurício de Souza Produções foi desenhar os personagens clássicos no estilo dos mangás japoneses (falamos sobre a história da MSP e a estratégia recente da empresa nesta reportagem, aliás).

Onze anos depois, tudo indica que valeu a pena – a TMJ hoje vende mais que os gibis clássicos da turminha. Depois dela, surgiu o Chico Bento Moço, e as tiragens cresceram. Conforme a TMJ foi ganhando fãs próprios (não apenas “herdados” da turminha clássica), o traço dos desenhistas também mudaram. No início, existia uma preocupação clara de remeter à aparência dos personagens crianças, mantendo o cabelo de banana da Mônica ou os cinco fios do Cebolinha. Como fica claro na imagem abaixo, porém, essa reprodução direta foi sendo flexibilizada em prol de um outro tipo de estética, mais adulta e classuda.

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TMJ 2 (2008), TMJ 38 (2011) E TMJ 2 da série II (2017). Quando a TMJ chegou ao centésimo volume, em 2016, a publicação foi “reiniciada” e batizada de “série II”. A partir daí, a contagem dos volumes recomeçou do nº 1 em diante. Fique ligado nessa classificação para localizar os arcos que mencionamos abaixo. (Divulgação/Divulgação)

Agora a Turma Jovem vai tentar a sorte em outro tipo de mídia: a animação. O lançamento da série animada vai rolar no Cinemark nos dias 2 e 3 de novembro, e chega no dia 7 ao canal Cartoon Network. A nova carinha dos personagens, adaptada especialmente para a TV, você vê na primeira imagem deste texto.

A SUPER já assistiu 4 episódios e adianta: os dubladores estão ótimos e o tom da animação está na média entre sério demais para um criança e infantil demais para um adolescente. Todos os episódio que vimos tinham roteiros originais, mas os produtores garantem que, ao longo da temporada de 27 capítulos, vão existir de arcos narrativos adaptados do mangá.

Material, aliás, não falta. Nas páginas pretas e brancas da TMJ, os personagens vivem clássicos dramas adolescentes (o casal “Docônica”, de Do Contra e Mônica, é um dos ships mais populares) e salvam o mundo diversas vezes – mas os roteiros também exploraram temas bem curiosos. Um dos arcos, por exemplo, ficou famoso por falar de psicanálise, numa sequência de três volumes (nºs 15, 16 e 17 da série I) chamada “Monstros do ID”.

Aproveitando a estreia da série, então, resolvemos reunir aqui 5 das aventuras mais amadas já publicadas na TMJ – as cinco melhores, na opinião desta repórter que vos escreve.

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Se você não conhecia nada sobre o mangá e ficou curioso, aproveite. Para quem, porém, já sabe tudo sobre a TMJ, esse texto tem outro propósito. Aqui embaixo estão as apostas oficiais da SUPER de quais arcos do mangá têm mais chance de serem adaptados para a animação.

O Dono do Mundo (TMJ 13 e 14, série I)

Neste arco, a roteirista Petra Leão insere os leitores no mundo dos jogos de RPG online. Na história, o “World of AnimeCraft” (WOA, trocadilho, óbvio, como World of Warcraft) leva os protagonistas ao universo de Endívia, uma cidade mágica onde você pode ser o que quiser e conquistar diversos objetivos.

Mônica entra no jogo achando que vai ser simples, e que pode facilmente derrotar todos os inimigos – como faz normalmente –, mas a realidade online é bem diferente da vida real. Para subir de nível, todos começam iguais, do zero. Nesse mundo, um dos maiores problemas é o enigmático dono na nave Fantomus, o Capitão Onion C. Esparro, que mais parece um chefe de fase que um jogador comum.

Cascão diz que ele é “uma lenda no mundo dos games online! Apareceu do nada e subiu de nível muito rápido, se tornando o personagem mais forte do jogo”. Mas a forma como ele conseguiu isso não foi das mais louváveis: a bordo de sua nave fantasma voadora, ele saqueia cidades e rouba os objetivos mágicos de outros jogadores.

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Capa da TMJ 13 e o quadrinho que apresenta o Capitão Onion C. Esparro. (MSP/Divulgação)

Já está óbvio quem é o Capitão? Quem da turma é inteligente, tem manias megalomaníacas de grandeza e sempre bolou planos infalíveis para se tornar o dono da rua? O grande objetivo de Cebola (ou melhor, Esparro) é vencer o chamado “grande guardião”, monstro mais forte do game, para conquistar a cobiçada coroa de Rei do Mundo. O desenrolar da história é divertido e surpreendente, ainda mais com a aparição da misteriosa Lucília, uma personagem fraca que surge no navio do Capitão querendo ajudá-lo em seu objetivo. Mas qual sua verdadeira identidade? Quem está por trás do computador? Cebola finalmente conseguirá ser “o dono do mundo”?

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Algo marcante nessa saga são as referências: além do WoW, temos falas clássicas como “You shall not pass”, lembrando O Senhor dos Anéis; alusões a animes como Sailor Moon, Naruto, Dragon Ball; e jogos clássicos como Zelda. Ficaria perfeito como animação!

O caderno do riso (TMJ 23 e 24, série I)

Os otakus de plantão já notaram a referência: SIM, essa saga é uma paródia do clássico mangá Death Note, ou Caderno da Morte. Novamente, Petra Leão faz uma adaptação (e também homenagem) excelente, invertendo a problemática do Death Note original. De repente, líderes mundiais têm suas brigas apartadas, roubos são evitados e catástrofes são resolvidas através de inexplicáveis ataques de riso.

A narrativa conta como Cebola, que não aguenta mais o mau humor dos colegas, acaba encontrando o ‘Caderno do Riso’ e decidindo fazer uso dele. Para saber como o objeto funciona de verdade, o garoto faz diversos testes, sendo guiado e vigiado pelo guardião do caderno, Ângelo (o Anjinho crescido), que possui um engraçado apreço por maçãs.

Os fãs do clássico mangá facilmente vão associar Cebola a Light, Ryuk a Ângelo (até o gosto por maçãs está lá) e lembrar dos testes originais feitos com o Death Note. A maneira como as referências são colocadas encaixam muito bem na nova história.

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As capas do arco “O Caderno do Riso”. (MSP/Divulgação)

Outro destaque vai para o conflito criado. No original, como o nome deixa claro, quem tem o nome anotado no caderno… morre. Mesmo as vítimas sendo bandidos, porém, fica claro que essa é uma conduta moralmente condenável, e que não cabe a um justiceiro decidir quem vai viver ou morrer.

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Na TMJ, mesmo os ataques de riso crescentes resultando em vantagens para o mundo, eles começam a dividir opiniões: Mônica avalia que aquilo não é natural, que alguém está impedindo as pessoas de se expressarem verdadeiramente quando estão zangadas, e que isso não pode continuar. Ela decide, então, que é preciso parar o chamado Grande Palhaço – apelido pelo qual fica conhecido, mas que Cebola particularmente detesta.

Outros personagens de Death Note também aparecem, como o detetive L e o Segundo Kira (“Segundo Palhaço” na TMJ). A homenagem agrada tanto fãs da TMJ quanto de Death Note – e ficaria incrível animada para as telas (ao contrário da última versão televisiva de Death Note em si, que flopou).

Umbra (TMJ 74, 75 e 76, série I)

Agora, vamos entrar no “subuniverso” mais amado pelos fãs da turma jovem: a chamada Super Saga do Fim Mundo. O autor, Emerson Abreu, já tinha escrito roteiros para a TMJ e costumava trazer elementos de suspense e terror para as narrativas (um bom exemplo é “Sombras do Passado”, história que se passa nos volumes 51 e 52 da série I).

Os fãs começaram a perceber que, toda vez que era Abreu quem assinava o roteiro, as histórias continham alguns fios soltos e easter eggs que iam se amarrando em narrativas futuras, criando tramas inter-relacionadas. Essa intenção, que era discreta no começo, foi revelada com o lançamento de um volume chamado “Umbra”. Nele, a premissa da Super saga é revelada: todas as histórias de Emerson falam de acontecimentos que precedem o fim do mundo. Assim, mesmo que as edições sejam distantes entre si, tudo que a turma faz – ao enfrentar Cavaleiros do Apocalipse, maldições e diversos vilões – contribui para um mesmo universo central… onde o mundo está, literalmente, acabando.

Bom, vamos explicar melhor o que acontece em “Umbra”, então. Nessa edição, a turma vai à pacata cidade de Sococó da Ema fazer um trabalho de escola: gravar um documentário sobre a lenda folclórica da Jumenta Voadora, que inspirou uma festa típica da cidade.

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Ao investigar o mito junto aos moradores, porém, eles descobrem que há crianças desaparecidas, espíritos do mal e tragédias de verdade que rondam a cidade, em conexão com a lenda. A turma acaba refém dos “filhos da Umbra”, sete espíritos de crianças amaldiçoadas – cuja função é profetizar a volta de uma grande mal, que elas chamam de Serpente. Os filhos da Umbra avisam que alguém da turma está marcado para morrer ali na cidade.

O cético Cebola não leva muito a sério nada daquilo – e resolve registrar os espíritos para tornar seu documentário um sucesso. Resultado: as consequências da maldição se voltam diretamente contra ele. Parece macabro? Pois é, mesmo.

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Capa da TMJ 74, que inicia o arco “Umbra” (e cuja arte brilha no escuro) e a capa da TMJ 75 (uma das mais bonita da história da Turma Jovem) mostrando Cebola, os filhos da Umbra e o crânio da Jumenta Voadora. (MSP/Divulgação)

Apesar de tudo, ainda estamos na TMJ, então alívios cômicos aparecem o tempo todo (atenção para a dupla sertaneja da história). A trama da Umbra se resolve em apenas 3 volumes – mas, como já adiantamos, geram sequelas significativas em toda a Super saga.

Por causa desse nível de complexidade, essa parece ser a aposta menos possível para a 1ª temporada da série animada. Mas fica aqui a nossa torcida para, um dia, termos Jumenta Voadora nas telinhas.

Herdeiros da Terra (TMJ 83 e 84, série I)

Crossover: quem não gosta de uma boa e velha reunião!? “Herdeiros da Terra” une Turma da Mônica Jovem, Chico Bento Moço e acontecimentos das revistinhas clássicas, num fanservice bastante antecipado. Chico Bento aparece em sua versão crescida (ele agora faz faculdade de agronomia), acompanhando de Nhô Lau, Zé Lelé e Zeca (o primo da cidade do Chico, que aparece aqui numa versão bem machistinha).

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Esta aventura, que também faz parte da Super saga do Fim Mundo, puxa inspiração de teorias da conspiração populares, como a ideia de que as civilizações pré-colombianas tiveram influências extraterrestres. Elementos da Super saga como sombras, maldições, fim do mundo e o grande mal – a enigmática Serpente – também estão presentes.

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As capas do arco “Herdeiros da Terra”. (MSP/Divulgação)

Em um breve resumo, a trama começa com Chico tentando ajudar Nhô Lau a entender porque a plantação não cresce nas suas novas terras. Como não consegue descobrir sozinho, Chico pede ajuda a um velho amigo cientista: Franjinha, que leva também Mônica, Do Contra (eles eram um casal nessa época) e Denise à Vila da Abobrinha. A investigação revela toda a polêmica dos aliens. A situação fica tão séria que até o Astronauta aparece pra ajudar!

Um ponto interessante dessa série é o bom aproveitamento de personagens secundários, como Denise, figurinha onipresente na Super saga. Junto com Zeca, protagoniza um quase casal que não poderia ter discussões com mais atuais: nas brigas, eles se chamam de “Feminazi” vs “Machista” – e, quando o papo piora, chegam em “Comunista! Esquerdopata” contra “Conservador! Reacionário”.

A Torre Inversa (TMJ 90, 91 e 92, série I)

Em “A Torre Inversa”, um dos maiores vilões clássicos da turminha ganha uma incrível história de origem. E todas as ligações e subtramas tornam esse enredo um dos mais ricos e complexos da TMJ. Não a toa, costuma ser a história mais admirada pelos fãs – e também faz parte da Super Saga do Fim Mundo.

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Capa da TMJ 90 e sua contracapa, mostrando uma transformação do vilão. (MSP/Divulgação)

No enredo, a personagem Penha, que se acidentou em “Sombras do Passado”, está em coma, internada em um hospital. O estranho senhor Samir (um paciente com uma doença desconhecida) invade o quarto dizendo que está na hora da garota acordar. Funciona, e ela retoma consciência.

A turma logo se reúne no hospital para ver o milagre – e, a partir daí, a aventura começa. Não há como explicar essa história sem contar spoilers, então só adiantamos que a Turma acaba obrigada a descer os nove círculos da chamada “torre inversa”, os subsolos do hospital.

Essa é uma saga que vale a pena ler sem muitas informações prévias, justamente para ser surpreendido. Um grande destaque dessa série são seus protagonistas: Cascão e Magali dividem os holofotes dessa vez. É bem legal ver tramas centradas neles, já que esse lugar quase sempre fica com Mônica ou Cebola. Não dá pra ler TMJ sem passar pela “Torre Inversa”!

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