Quem acredita em teorias da conspiração é mais desonesto, diz estudo
Pesquisa britânica revela que conspiracionistas são mais propensos a tentar levar vantagem - mesmo que isso envolva cometer pequenas trapaças.
Teorias da conspiração têm ganho cada vez mais espaço nos últimos anos. É difícil de entender como em pleno século 21, com a informação e o conhecimento acessíveis a partir de um clique, um número surpreendentemente grande de pessoas refutem a esfericidade da Terra, a eficácia das vacinas ou a veracidade do aquecimento global como fato científico. Um estudo recente colocou a culpa disso no YouTube. Agora, uma nova pesquisa conduzida por psicólogos britânicos investigou mais a fundo os impactos de tais crenças no comportamento das pessoas. E descobriram que os conspiracionistas são mais desonestos.
Em 2013, um estudo descobriu que os adeptos de teorias da conspiração tendem a ser mais preconceituosos, alienados e avessos a medidas de proteção ambiental. Agora, os cientistas constataram que eles também são mais malandros. “Nossa pesquisa demonstra que as pessoas que se alinham a visões conspiratórias podem ser mais inclinadas a ações antiéticas”, disse Karen Douglas, da Universidade de Kent. Em um primeiro teste, os psicólogos constataram que os conspiracionistas apresentam tendências desonestas – como pedir reembolsos indevidos em lojas, ou trocar produtos que não podem ser trocados. É o famoso jeitinho, codinome simpático para a corrupção.
Em seguida, um segundo teste indicou que os conspiracionaistas também têm maior propensão a continuar com seus desvios de conduta no futuro. Segundo os pesquisadores, essa tendência está diretamente relacionada ao conceito de anomia: quando um indivíduo não vê qualquer importância em valores compartilhados ou na coesão social. Parece que, além das óbvias implicações prejudiciais das crenças em si, há muito mais em jogo no campo comportamental quando tais ideias se espalham. Toda a sociedade sai perdendo.