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Escada rolante: andar nela nem sempre é mais rápido que ficar parado

Você pode até economizar uns segundos andando, mas no geral, se ninguém se mexer, todo mundo sai ganhando.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 12 mar 2020, 14h50 - Publicado em 28 mar 2019, 19h58

Você provavelmente já deve ter visto essa cena: em uma escada rolante, as pessoas à direita estão paradas, enquanto quem vai pela esquerda está andando.

Seja no metrô, no shopping, na rodoviária ou em um aeroporto, a regra é quase sempre essa. A prática de deixar a esquerda livre para quem está com pressa é incentivada não só em contextos de aglomeração de pessoas, mas também em outros. No trânsito, por exemplo, um motorista que pretende ultrapassar outro carro precisa fazer isso, necessariamente, pela esquerda.

Mas será que andar no lado esquerdo das escadas realmente é mais vantajoso? A resposta é: depende. Você pode até ganhar alguns segundos subindo uns degraus, mas a ciência mostra que o tempo geral pode ser reduzido se todo mundo ficar paradinho.

Empurra-empurra

Estações de metrô costumam ser bem caóticas, com fluxos de pessoas (e gente empurrando) por todos os lados. Um local perfeito para um estudo científico, certo? Foi exatamente o que um grupo de pesquisadores do Reino Unido fez, em 2016. Eles queriam testar qual dos métodos era o mais eficaz, se andar ou ficar parado.

Para isso, eles foram até a estação de Holborn, uma das mais movimentadas de Londres, onde cerca de 56 milhões de pessoas circulam por ano. Os cientistas pediram que os passageiros ficassem parados em ambos os lados da escada e fizeram as medições necessárias. O resultado foi que, em escadas grandes, com mais de 18,5 metros, deixar o lado esquerdo livre para passagem causa um congestionamento maior na base da escada.

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A resposta para isso é simples: mais gente prefere ficar parada e deixar que a tecnologia as leve para cima. Em 2010, uma pesquisa mostrou que 74,9% dos usuários de escada rolante não andam nelas. Metade da área útil das escadas, portanto, fica para os outros 25,1% dos passageiros. A proporção não é muito justa, certo?

A mesma estação de Holborn foi objeto de outro estudo, em 2015, que mostrou que ficar parado nos dois lados da escada reduz o congestionamento do lugar em até 30%. Isso acontece porque pessoas paradas nas escadas ocupam menos espaço do que aquelas que escolhem andar nelas.

Uma pesquisa de 2013 calculou no metrô a chamada buffer zone, área necessária para que cada indivíduo se sinta confortável. De acordo com eles, quem anda precisa de 0,75 m2, enquanto quem permanece no seu quadrado necessita de 0,3 m2. Em outras palavras, escadas rolantes conseguem carregar o dobro de pessoas se elas não se movimentarem durante o percurso.

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Devagar e sempre

Em 2016, após o teste de Holborn, Londres aprovou a medida provisória que proíbe que as pessoas caminhem nas escadas rolantes. Apesar de deixar parte dos usuários insatisfeita, a prática trouxe resultados: uma melhora de 27% em relação a capacidade das estações. Mais gente circulando, ainda que um pouco mais devagar.

A mesma lógica foi aplicada no metrô de São Paulo. Em novembro de 2018, a administração do serviço decidiu retirar quatro das seis esteiras rolantes do trecho que conecta as estações Paulista, da Linha 4 – Amarela, e Consolação, da Linha 2 – Verde, um dos trajetos mais movimentados da malha de transportes da cidade. Segundo o Metrô, a estimativa era que a medida diminuísse o tempo de trajeto em até 30%. Pelo menos para a ciência, devagar se vai longe.

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