O parque de diversões nuclear
Montanha-russa, roda-gigante e mais 40 atrações divertidas - tudo dentro de uma usina nuclear abandonada
A catástrofe de Fukushima assustou o mundo e levou vários países a reavaliar seus programas nucleares. A Alemanha foi o mais radical de todos e decidiu desativar todos os seus reatores até 2022. Mas, depois disso, o que fazer com os locais abandonados? Que tal transformá-los em áreas de lazer? Essa é a proposta do Wunderland (“país das maravilhas”, em alemão) Kalkar, o primeiro parque de diversões construído dentro de uma usina nuclear.
A usina, que fica na fronteira da Alemanha com a Holanda e foi concluída em 1985, sofreu pressões políticas porque havia sido projetada para usar plutônio (combustível considerado perigoso) e não chegou a entrar em operação. O projeto foi abandonado e 3,5 bilhões de euros jogados no lixo. Até que, em 2002, o empresário holandês Hennie van der Most teve a ideia de transformar o lugar em parque – que hoje recebe 600 mil visitantes por ano.
O complexo tem 40 brinquedos, que incluem tudo o que se espera de um parque de diversões: roda-gigante, montanha-russa e até um chapéu mexicano (espécie de carrossel com cadeirinhas que voam) instalado na chaminé do reator, que também abriga uma parede de escalada. A sala de controle pode ser visitada pelos turistas, e o restaurante é uma atração à parte – para chegar até ele, é preciso passar por bunkers antirradiação com paredes de 1 m de espessura “Ninguém tem medo, pois Kalkar nunca chegou a entrar em operação”, explica o holandês Han Groot-Obbink, gerente do Wunderland Kalkar. “Não há risco de contaminação.”