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Não, games violentos não vão tornar seu filho agressivo

Nem adianta tentar controlar a criançada: segundo um estudo internacional, os pais não conseguem limitar o quanto os filhos são expostos a jogos violentos. Mas também não há motivo para preocupação - nenhum videogame vai torná-los antissociais ou praticantes de bullying

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 11 mar 2024, 11h20 - Publicado em 16 ago 2016, 17h15

Especialistas em desenvolvimento infantil discutem há anos o efeito de jogos violentos no comportamento das crianças – e o bate boca intelectual está longe de terminar. Mas o estudo mais recente feito com voluntários com uma média de 12 anos mostra que os jogos tem menos influência sobre as reações infantis do que se imaginava.

A nova pesquisa analisou o comportamento de 304 crianças britânicas. Os pesquisadores entrevistaram as crianças e os pais para entender o quanto elas estavam expostas a jogos violentos e como era seu comportamento com os amigos, na escola e na comunidade onde viviam.

Ao contrário da maioria dos estudos que estuda a relação entre videogames e agressividade, que geralmente estudam adolescentes de no mínimo 16 anos, a nova pesquisa deu destaque a crianças mais novas – antes da fase da “aborrecência”.

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Os cientistas não encontraram nenhuma ligação entre um aumento de comportamentos agressivos e o envolvimento com videogames, mesmo que violentos. As crianças jogadoras também não apresentavam uma frequência maior de atitudes antissociais e de bullying com os colegas. Pelo contrário, os pesquisadores encontraram uma relação entre jogar videogame e se envolver com mais frequência no que eles chamam de “atividades cívicas”, como o trabalho voluntário.

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A correlação entre ser mais participativo na comunidade e jogar mais videogame era bastante leve – não dá para dizer que um fator causou o outro, nem que todo jogador vai gostar de ser voluntário ou vice e versa. Mas o resultado é mais um argumento contra a ideia de que as imagens violentas dos jogos influenciam negativamente a vida das crianças.

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O estudo também considerou o quanto os pais interferiam no processo da escolha de jogos. E perceberam que a influência parental… não afetava a quantidade de jogos violentos que as crianças jogavam. Pode ser que elas sejam expostas a esse tipo de conteúdo fora de casa, com os amigos. Outra possível explicação é que, quando os pais conhecem os jogos de perto, eles mesmos acabam se acostumando com o ambiente do jogo e deixam de censurar as crianças. Seja como for, não adianta tentar controlá-los: os pequenos jogadores acabam encontrando um jeito de acessar os videogames de que gostam. Felizmente, os pesquisadores concluíram que não há perigo nisso.

A última parte do estudo analisou os motivos para as crianças buscarem jogos violentos. A resposta encontrada pelos cientistas foi de que esses videogames são ferramentas úteis de redução de estresse e melhora de humor. Mesmo estudos que apontam os jogos como responsáveis por comportamento agressivos concordam que eles podem ter uma função educativa, ajudando a liberar a raiva e melhorar as habilidades de resolução de problemas.

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