Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Matemático investiga por que todos os hipsters parecem iguais

Um sistema de computador confirmou: não querer seguir uma padrão acaba gerando um outro padrão. Saiba o que é o "efeito hipster"

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 25 mar 2019, 10h34 - Publicado em 22 mar 2019, 17h57

Você deve ter algum amigo que está sempre se esforçando para ser o “diferentão”: usa roupas e acessórios que muita gente considera esquisitos, corta o cabelo de um jeito inovador e adora frequentar lugares alternativos. Mas repare: não é só seu amigo – há muitas outras pessoas “diferentes” que, no fundo, são bem parecidas.

Uma teoria por trás dessa constatação é o “efeito hipster” – que, apesar do nome, não vale apenas para esse grupo de pessoas “moderninhas”. Trata-se da lógica de que todo mundo que quer ser diferente acaba, inevitavelmente, igual aos integrantes de outro grupo. A ideia é do matemático Jonathan Touboul, que publicou recentemente uma pesquisa sobre o assunto. Em nota à imprensa, ele disse que o estudo não vale apenas para a moda, mas também para entender o comportamento social (e até financeiro) de certos grupos.

Em seu trabalho, Touboul se concentra em investigar a divisão da sociedade entre “conformistas”, que seguem a moda e copiam a maioria, e “anticonformistas”, que tendem a ir pelo caminho oposto. Sua conclusão é que, quando os “diferentões” decidem negar o padrão, eles passam por uma espécie de transição, que acaba juntando pessoas com os mesmos interesses. Ou seja: o efeito hipster é o resultado inevitável do comportamento de um grande número de pessoas.

Continua após a publicidade

Touboul avalia em que circunstâncias as escolhas desses indivíduos sincronizam e como isso varia conforme o tempo de consolidação de uma nova tendência. A análise do matemático da Universidade Brandeis, nos Estados Unidos, é feita a partir de um sistema de computador que simula como pessoas interagem quando alguns seguem a maioria e o restante se opõe a ela.

Segundo o pesquisador, a sincronização acontece principalmente quando há uma tendência simples e bem definida. “Por exemplo, se a maioria dos indivíduos raspar a barba, a maior parte dos descolados vai querer deixar a barba crescer; caso essa tendência se propague para a maioria da população, uma mudança nova e sincronizada ocorrerá”.

E esse comportamento acontece mesmo quando há diversos estilos a ser adotados. Ainda que seja possível cortar a barba de várias formas, a tendência é que os “diferentões” escolham a mesma, segundo o trabalho de Touboul.

Continua após a publicidade

Acha tudo isso muito improvável? Pasme: após a publicação de uma reportagem na MIT Technology Review sobre o “efeito hipster”, um americano ameaçou processar a publicação por usar uma fotografia sua na capa, acusando a revista de calúnia e violação de direitos autorais . Acontece que a foto era de um banco de imagens. Não era o cara.

Logo o editor da publicação, Gideon Lichfield, tratou de falar do caso no Twitter:

Continua após a publicidade

“O homem que ameaçou nos processar por abusar da sua imagem não era o da fotografia. Identificou-se erradamente. Tudo isso prova o artigo que publicamos: os hipsters são tão parecidos que nem se distinguem uns dos outros“, concluiu ele.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.