Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Ficar de mãos dadas sincroniza cérebros e reduz percepção da dor

Dar as mãos para alguém que você ama altera o padrão de ondas cerebrais e pode funcionar como um analgésico natural, de acordo com novo estudo

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 mar 2018, 18h11

Para tomar vacina. Durante o parto. Antes de um diagnóstico importante. O ser humano é um bicho esquisito: em situações de dor e medo, nós instintivamente procuramos a mão de uma pessoa para apertar.

Já na barriga desenvolvemos o reflexo de agarrar tudo que toca a palma da mão – por isso, gêmeos podem ser vistos de mãos dadas no útero – e, na vida adulta, dar as mãos permanece profundamente associado à sensação de segurança e conforto.

Mas, além de ser bonitinho, que efeito fisiológico o ato de dar as mãos pode produzir? Os pesquisadores do Instituto de Ciência Cognitiva da Universidade do Colorado em Boulder resolveram investigar o que acontece no cérebro.

Eles reuniram 22 casais heterossexuais jovens. Todos foram equipados com toucas de eletroencefalograma, cheias de sensores para monitorar a atividade cerebral. Cada casal foi exposto a alguns segundos de diferentes cenários: sentados juntos, mas sem encostar; sentados em salas separadas; e sentados juntos de mãos dadas.

Cada teste durou dois minutos. Aí, os cientistas incluíram um estímulo doloroso: uma barra de metal era aquecida a 43ºC, 45ºC e 47ºC graus e pressionada contra o braço das participantes mulheres por 7 segundos. Elas tinham que avaliar a intensidade da dor de 0 (sem dor) a 100 (a pior dor imaginável).

Continua após a publicidade

Os pesquisadores calcularam a temperatura que daria uma dor moderada, com “intensidade 60”, sem avisar as participantes. E aí pressionaram a barra por dois minutos seguidos, naquelas três mesmas configurações (juntos com o parceiro, separada do parceiro, dando as mãos para o parceiro). A cada rodada, elas tinham que dizer o quanto de dor estavam sentindo.

Ao final do experimento, os cientistas analisaram os dados do eletroencefalograma. A primeira coisa que perceberam é que quanto mais próximo o casal estava, mais similar era o padrão de ondas cerebrais detectado pelo exame, especialmente quando havia dor envolvida.

Esse fenômeno é chamado de “sincronização interpessoal”, e engloba não só ondas cerebrais, mas batimentos cardíacos e o ritmo da respiração – quando o organismo de uma pessoa começa a espelhar fisiologicamente as características de quem está por perto.

Essa sincronia atingia o ápice quando o casal estava de mãos dadas. Cruzando o eletroencefalograma com a percepção de dor, os pesquisadores perceberam que quanto mais similares as ondas cerebrais, menor era a dor relatada pelas participantes. Os menores níveis de dor foram relatados no estudo quando os casais estavam dando as mãos.

Continua após a publicidade

Os cientistas ainda não sabem explicar a conexão entre toque, ondas cerebrais e percepção da dor. Mas, focando só no toque, outras pesquisas dão uma boa ideia do que acontece no organismo.

O toque pele a pele entre seres humanos é um dos grandes gatilhos para a produção de oxitocina, o famoso “hormônio do amor”. Uma das características da oxitocina é reduzir sentimentos de ansiedade e dor, por diminuir os níveis de hormônios de estresse como o cortisol. É superútil para mães de recém-nascidos, que são invadidas por uma enxurrada de oxitocina durante o parto e depois, quando sentem o cheiro e encostam nos bebês.

Pode sair encostando em qualquer um, se quiser: até segurar a mão de estranhos tem efeito calmante em situações de estresse. Mas se quiser uma eficácia significativamente maior (e não tiver nenhum filho recém-nascido para segurar na altura do seu nariz), a melhor opção é agarrar a mão de alguém que você ama. Pelo menos até a dor passar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.