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Existem dois tipos de vício em amor – e os dois fazem mal

Amores podem virar obsessões, isso você já viu em filmes. Mas pesquisadores acreditam ter encontrado outra compulsão, igualmente nociva

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 5 dez 2017, 19h23 - Publicado em 5 Maio 2017, 16h06

Que o amor pode funcionar como uma droga, você já deve ter ouvido falar — até aqui na SUPER. Apaixonados experimentam euforia e aquela ânsia quase descontrolada pela presença da outra. Em algumas pessoas, isso vira dependência, gera abstinência e torna o ciclo todo difícil de romper.

Uma série de pesquisas já analisou a relação entre amor e vício. Mas ao revisar 64 estudos sobre o tema, o Centro de Neuroética de Oxford encontrou não apenas um, mas dois tipos de adicção ao amor, com características bem diferentes.

O primeiro é a obsessão clássica, mais intensa e aguda. É o tipo de sentimento que réus de assassinatos passionais alegam ter: o amor que leva a pensamentos e comportamentos obsessivos impossíveis de ignorar. No cérebro, o que parece acontecer é uma enchente de dopamina, similar ao efeito de algumas drogas, que cria um desejo irrefreável de repetir a sensação.

Esse é o tipo de vício mais gritante, a que os pesquisadores deram o nome de “adicção restrita”. Mas, na sua revisão de outros estudos, os cientistas encontraram o que chamaram de “vício amplo”.

Nesse caso, o apego ansioso está presente, a falta do parceiro também causa pensamentos de desespero. Mas, ao contrário do grupo anterior, essas sensações estão dentro do limiar que a pessoa é capaz de controlar. A vontade de dedicar-se completamente àquele sentimento está lá, mas consegue ser equilibrada com os outros interesses e obrigações do indivíduo.

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Essa variação também reflete o padrão do uso de drogas na população. É claro que existem as pessoas com vícios completamente debilitantes. Mas as dependências mais comuns são, logicamente, as mais acessíveis. Milhões de pessoas com rotinas socialmente aceitáveis e interesses variados se encaixam na definição de “adictas” quando se trata de álcool e cigarro. O segundo tipo de vício em amor seria equivalente a este modelo.

Nem todos os cientistas concordam com a conclusão do estudo. Lucy Jones, uma das primeiras pesquisadoras a notar a semelhança do amor e do vício em drogas, está entre eles. Segundo falou à New Scientist, o modelo “amplo” faria parte de toda relação amorosa. Essa dependência química do amor teria origem evolutiva: seria a forma da natureza de nos forçar às relações românticas e ao sucesso reprodutivo.

Mas, para a pesquisa de Oxford, mesmo o tipo mais brando de vício em amor não pode ser considerado normal. Isso porque ele pode ajudar a explicar porque algumas pessoas tem tendências maiores a seguir cultos, se envolver com grupos fundamentalistas e até comportamentos muito mais simples, como a dificuldade de abandonar relações abusivas. E reconhecer melhor este tipo mais discreto de adicção sentimental pode ser a chave para quebrar esses ciclos destrutivos.

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