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Culinária – Banquete indigesto

Um bom turista explora os lugares com os 5 sentidos - sem amarelar, mesmo diante destes quitutes

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h45 - Publicado em 19 Maio 2012, 22h00

Sopa de au-au

A venda de carne de cachorro é proibida na Coreia do Sul desde 1984, quando Seul se preparava para a Olimpíada de 1988. Mas foi só para inglês ver. A atriz Brigitte Bardot ameaçou até um boicote à Copa de 2002 se a lei não fosse respeitada. Em vão: a bosintang – “sopa da preservação do corpo” em coreano, ou ensopado de cão – continua servida como um aditivo à virilidade masculina e à beleza feminina. Em Seul, um restaurante para provar o prato é o Gye Sunok Bosintang. Se tiver estômago para ver cachorros à venda para o abate, rume para o mercado Gupo, na cidade de Busan.

Preparo A carne de cachorro é fervida no caldo de carne com legumes. Quando estiver cozida, vêm o alho-poró, folhas de gergelim e cebolinha. Coma acompanhado de molho coreano de pimenta.

Ensopado de cabeça de ovelha

Assim que o sol nasce, taxistas se reúnem na entrada do Grande Bazar de Teerã para começar o dia com uma overdose de calorias. No caldeirão de alumínio, o kaleh pacheh (ensopado de cabeça e pata de ovelha) já terá borbulhado por horas, deixando emergir os miolos moles e esponjosos, a pele elástica, a língua esfarelenta e os olhos já estourados do bicho, que logo serão servidos às concharadas num prato – coroado com uma generosa colherada de sebo.

Como se servir À mesa, use pão para molhar no ensopado, mais sal, limão e canela para temperar. Um aviso aos cardíacos: o mais tradicional café da manhã iraniano é uma bomba de colesterol.

Tarântulas fritas

No caminho entre os templos de Angkor e a capital Phnom Penh está a cidade de Skuon, parada gastronômica de mochileiros no Camboja. É aqui que se encontram as tarântulas fritas mais frescas do país, chamadas a-ping. Desde os tempos de fome sob o Khmer Vermelho (1975-1979), na busca por fontes de proteína, camponeses de Skuon criam esses aracnídeos, do tamanho da palma de uma mão, em buracos cavados no chão. O ditador Pol Pot morreu, mas a tradição de comer a iguaria – de pernas crocantes e abdome suculento – permanece.

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Preparo A aranha é mantida viva até a hora de encarar a frigideira com óleo quente. O chef dá uma apertada mortal em seu tórax e a tempera com glutamato monossódico (como Ajinomoto), sal e açúcar.

Feto de pato na colher

Nos mercados de rua no Vietnã e nas Filipinas, é fácil encontrar barraquinhas especializadas em ovo de pato. Até aí nada de mais, não fosse um detalhe: o ovo foi fertilizado 17 dias antes. A essa altura, o feto já está desenvolvido o suficiente para você reconhecer os traços de um bebê-pato, mas não a ponto de os ossos terem endurecido. Sai por cerca de US$ 0, 25 nas ruas do Vietnã, e um pouquinho mais caro nas Filipinas (US$ 0,35).

como se servir Para saborear o prato, quebre com cuidado o topo do ovo e tome o líquido embrionário num trago. Depois, coma o feto (cinza-escuro, já com biquinho e tudo, grudadinho na gema) chupando-o com a ajuda de uma colher. No Vietnã, vem acompanhado de ervas frescas.

Culinária com testículos

Há 7 verões, em meses variados, o vilarejo montanhês de Ozrem, na Sérvia, recebe em seus bosques chefs num campeonato que celebra a braveza masculina. É a oportunidade de experimentar ao ar livre, acompanhado de cerveja e de música folclórica, as bolas de touro, javali, camelo, avestruz, carneiro, canguru e porco. São preparadas na brasa, grelhadas, ensopadas, empanadas, picadinhas no molho bechamel, em rodelas sobre a pizza… A festa dura três dias e faz uma homenagem aos homens que tiveram mais colhões no ano, como o piloto que fez um pouso de emergência no rio Hudson, em Manhattan, em 2009. www.ballcup.com

Os pratos mais exóticos da China
Perto deles, churrasquinho de bicho-da-seda é coisa de gourmand mirim

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Camarões bêbados vivos (Xangai)
Eles te beliscam enquanto você tenta comê-los, ainda que embriagados pela tigela de álcool doce onde são servidos.

Sopa de placenta de veado (Xangai)
A textura elástica, mas não borrachuda, da placenta dá graça a esta sopa com cogumelos e flores. Segundo a medicina chinesa, faz bem para a pele das mulheres e virilidade dos homens.

Trompas de falópio de rã hermafrodita (nordeste da China)
Elas podem não ter muito sabor, mas são admiradas em doces também pela textura semelhante a sagu e pelos poderes medicinais.

Ovo de pato curtido em fermentado de arroz (província de Zhejiang)
A bebida dissolve o cálcio da casca do ovo, que fica como uma bexiga com água. Após 4 meses de maturação, a clara adquire textura de iogurte.

Tofu de sangue de porco (Cantão)
O sangue é coagulado até ficar com jeito de gelatina. Cortado em cubos, é usado em sopas, conferindo sabor ferruginoso.

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