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Controlar o tempo de tela das crianças aumenta o vício delas, diz estudo

Pesquisa canadense mostra que tempo na frente do celular é como chocolate: quanto mais proíbem, mais você quer

Por Ingrid Luisa
11 jan 2019, 16h54

Nesta era tecnológica, o castigo que muitos pais dão aos filhos é proibi-los de usar o celular. E o bom comportamento pode ser  recompensado com uma horinha a mais no tablet. Mas um estudo da Universidade de Guelph, no Canadá, afirmou que essas iniciativas aumentam a vontade das crianças de ficar em frente à tela.

Dados recentes estimam que crianças de até 8 anos passam em média 2 horas e 20 minutos na frente de aparelhos eletrônicos por dia. E os pesquisadores descobriram que crianças cujos pais usam tempo de tela como castigo ou recompensa passam mais tempo em frente a smartphone, tablet, computador ou televisão que aquelas que os pais não usam esse artifício.

“É semelhante a como não devemos usar guloseimas açucaradas como recompensa para crianças. Isso pode aumentar a atração por elas”, disse o professor de nutrição Jess Haines, co-autor do estudo. “Quando você dá comida como recompensa, faz as crianças gostarem menos da cenoura e mais do bolo. É a mesma coisa com o tempo de tela.”

Para investigar o impacto das práticas parentais no comportamento das crianças, os pesquisadores resolveram analisar bebês e crianças em idade pré-escolar. Segundo eles, é nesse período que os hábitos futuros em relação as telas irão se estabelecer. Participaram do estudo 62 crianças, entre 1 ano e seis meses e cinco anos de idade — e 68 pais.

Na pesquisa, os pais foram questionados sobre como monitoram o tempo de tela de seus filhos, quando permitem que as crianças usem livremente o celular, e se eles utilizam esses aparelhos eletrônicos quando estão com os pequenos.

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A conclusão do estudo mostra que a quantidade de tempo que as crianças passam em frente às telas é muito influenciada pelo comportamento dos pais. Quando os pais ficam em frente à tela na presença dos filhos, as crianças se sentem no direito de ficar também, e isso aumenta o tempo que elas passam usando aparelhos eletrônicos.

Outra ponto destacado pelo estudo é que faz mal para as crianças usar esses aparelhos durante as refeições — pois é um momento único que a família tem para conversar e se conectar.

Por fim, apareceu a questão da recompensa: os pais usam cada vez mais o tempo de tela como uma forma de controlar o comportamento dos filhos. Vista com maus olhos pelos especialistas, essa prática também foi comprovada por números: crianças pequenas que convivem com esse hábito como “prêmio” passam, em média, 20 minutos a mais em frente às telas no fim de semana. Pode parecer pouco. Porém, segundo os pesquisadores, o fim de semana é um período que as crianças poderiam estar aproveitando de outras maneiras com os pais ou amigos.

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Atualmente, apenas 15% dos pré-escolares canadenses atendem às Diretrizes Canadenses de Comportamento Sedentário, que recomenda no máximo uma hora de tempo de tela recreativa por dia para crianças. Ainda segundo o documento, aquelas com menos de dois anos de idade não devem ficar em frente a essas telas em nenhum momento.

Os pesquisadores afirmam que é importante entender os fatores que influenciam o aumento do tempo de tela das crianças, porque essa atividade sedentária está associada a um maior risco de obesidade, bem como piores habilidades acadêmicas e sociais no futuro. “Nossa esperança é que essas descobertas possam nos ajudar a armar os pais que estão entrando em um mundo onde as telas são onipresentes”, disse Lisa Tang, autora do estudo.

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