Comprar uma arma nos EUA é mais fácil do que um café
Massacres a tiro como o ocorrido em Las Vegas reacendem uma discussão recorrente e antiga nos EUA: a facilidade com que civis compram armas de fogo
Os Estados Unidos estão acostumados há muito tempo a testemunhar tiroteios com dezenas de vítimas. São inúmeros casos – alguns deles na lembrança há quase duas décadas –: do massacre em Columbine, em 1999, ao ataque com armas de fogo à boate Pulse de Orlando, em 2016, para citar apenas dois.
O tiroteio mais recente – o maior da história moderna dos EUA – ocorreu este domingo (1º de Outubro) em Las Vegas. Um atirador, do 32º andar de um hotel, atirou contra a plateia de um show de música country e matou 50 pessoas, deixando mais de 400 feridas.
Quando essas tragédias acontecem, uma discussão recorrente e antiga reacende nos EUA: a facilidade com que civis compram armas de fogo.
No começo de 2016, a companhia Data Viz, por meio de um mapeamento, comparou o número de Licenças Federais de Armas com algo que todo americano sabe que existe em abundância no país: a rede de cafés Starbucks.
O objetivo era quantificar e dar dimensão às mais de 67 mil licenças para vender armas nos Estados Unidos.
A conclusão a que o estudo chegou é que há 6 vendedores de armas de fogo para cada Starbucks no país. Isso significa que é seis vezes mais fácil comprar uma arma do que um café por lá.
Se colecionadores, importadores e fabricantes forem contados como vendedores, o total de licenças (138.659) fica superior ao número de escolas públicas do país (98.328).
Em uma reportagem publicada pelo blog CITYLAB, da revista The Atlantic, Brian Beltz, um dos pesquisadores, fez algumas ressalvas sobre a análise. “Estamos comparando uma marca específica de cafés nos EUA. Talvez se usássemos todas as marcas, a comparação seria melhor. Com o Starbucks conseguimos, pelo menos, dar um senso de escala e traçar nos mapas”.
Conteúdo publicado originalmente em Exame.com