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23andMe vai entregar DNA dos seus usuários para gigante farmacêutica

A empresa, que foi criada com dinheiro do Google e lançou o primeiro serviço de análise genética para o público em geral, irá compartilhar o DNA de 5 milhões de pessoas com a GlaxoSmithKline

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 ago 2018, 15h30 - Publicado em 2 ago 2018, 15h17

A 23andMe surgiu dez anos atrás, e foi a primeira empresa a oferecer análises de DNA ao público em geral. Bastava enviar uma amostra de saliva, pelo correio, para a empresa, que cobrava US$ 1.000 pelo serviço e revelava várias características genômicas da pessoa, incluindo sua propensão a certas doenças (leia reportagem publicada pela SUPER na época). A 23andMe foi fundada graças a um investimento do Google, com quem sempre manteve laços estritos – sua primeira e única CEO, Anne Wojcicki, era casada com Sergey Brin na época da criação da empresa.

Em 2013, a Food & Drug Administration tirou a 23andMe do mercado americano, alegando que a empresa não havia realizado estudos científicos comprovando a precisão dos seus métodos de análise. A 23andMe se voltou para outros mercados -hoje, ela oferece seus serviços em 50 países- e, em 2015, recebeu permissão da FDA para voltar a operar também nos Estados Unidos.

Agora, anunciou uma parceria com a GlaxkSmithKline (GSK), que tem 99 mil funcionários, fatura US$ 40 bilhões por ano e é uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo. Pelo acordo, a GSK irá investir US$ 300 milhões na 23andMe, e em troca terá acesso ao DNA dos clientes dela – aproximadamente 5 milhões de pessoas. O negócio tem gerado polêmica nos Estados Unidos, pois quem adquiriu o serviço da 23andMe provavelmente não sabia que seu DNA seria compartilhado com outras empresas – ainda que essa possibilidade constasse do contrato de uso (que pouquíssimas pessoas leem).

A privacidade de informações genéticas é um tema sensível, pois o DNA de uma pessoa pode ser usado contra ela: os planos de saúde poderiam cobrar mais caro de quem é predisposto a certas doenças ou comportamentos, e esse mesmo critério poderia ser adotado por empresas para vetar a contratação de alguém. Num cenário mais radical, dados genéticos também poderiam ser explorados por governos xenófobos ou de inclinação eugênica.

A 23andMe tentou rebater as críticas afirmando que seus clientes poderão “optar por entrar ou sair, a qualquer momento” do programa de compartilhamento de DNA. Mas uma análise dos termos de uso da 23andMe, feita pelo site americano The Outline, revelou que não é bem assim. Um trecho chama a atenção: “O que acontece se você NÃO consentir com [o projeto] 23andMe Research? (…) Suas Informações Pessoais não serão utilizadas. Contudo, sua Informação Genética, e Informações Voluntárias que você tiver fornecido, ainda assim poderão ser usadas e compartilhadas com terceiros”. (grifo nosso)

Em nota, a Glaxo afirmou que “a proteção da privacidade dos clientes é a prioridade mais alta”, e “as informações [genéticas] serão descaracterizadas, de forma que nenhuma pessoa poderá ser identificada pela GSK”. Segundo a empresa, o DNA das pessoas será utilizado para desenvolver novos medicamentos – o primeiro deles é um inibidor de LRRK2, gene que pode estar relacionado à doença de Parkinson.

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