14 posts de internet que arruinaram a vida de seus autores
Um post mal colocado pode botar sua vida de ponta cabeça – ou fazer você passar vergonha diante da humanidade inteira.
1. Golaço contra
Quem – Alex Glikas
Quando – 28/03/2010
A empresa de internet Locaweb estava patrocinando a camisa do São Paulo por duas partidas, incluindo um clássico contra o Corinthians no Morumbi. O diretor comercial da empresa assistiu a esse jogo, fazendo comentários em sua página pessoal do Twitter. Os textos eram provocativos e ofensivos, e Alex usava o nome da empresa nas mensagens. “Sou fã do Rogério Ceni. Se ele continuar assim, tá ótimo! Chupa Bambizada! Vamo Locaweb! Timão eooo!” O Corinthians venceu o jogo, válido pelo Campeonato Paulista, por 4 a 3.
Consequências – Os torcedores do São Paulo não gostaram de ser chamados de bambis, protestaram, e o caso foi noticiado pela imprensa. Alex deletou os posts e pediu desculpas pelo Twitter, mas mesmo assim foi demitido. Acabaria recontratado seis meses depois. A Locaweb informa que ele continua na empresa até hoje, mas o incidente levou a empresa a adotar um manual de boas práticas nas redes sociais.
2. Medalha de ouro no Exército
Quem – Ministério da Defesa
Quando – 03/03/2013
Eventos oficiais, treinamentos militares e campanhas contra o vírus zika. O Twitter do Ministério da Defesa é o mais sóbrio possível. Mas, naquele fatídico domingo, um post fugiu ao tom: “Alcancei 370 metros no Banana Kong”. Algum funcionário havia usado a conta para se cadastrar nesse joguinho de iPhone e iPad, cujo objetivo é ajudar um gorila a pegar bananas e evitar obstáculos.
Consequências – O caso rendeu manchetes e foi motivo de gozação. O Ministério pediu desculpas, culpando um funcionário de monitoramento das redes sociais pelo erro. Os downloads do game, que foi desenvolvido por uma empresa alemã e custa US$ 1, aumentaram em 500% no Brasil – e centenas de pessoas tuitaram seus resultados para dizer que haviam superado a marca do Ministério da Defesa. O alemão Thomas Kern, um dos criadores do jogo, deu entrevista à Folha de S. Paulo dizendo que o ministério estava de parabéns (“o jogo é uma distração bem-vinda no setor militar”), mas ofereceu dicas para melhorar seu placar no game.
3. Nenê maconheiro
Quem – Rachel Stieringer
Quando – 23/08/2010
Postar uma foto no Facebook mostrando o seu filho de 11 meses com a boca em um bong (instrumento usado para fumar maconha). Boa ideia? A americana Rachel, que tinha 19 anos e morava na Flórida, achou que sim.
Consequências – Em poucas horas, a polícia apareceu na casa dela e a prendeu. O bebê foi entregue para os avós. Os policiais reviraram a casa em busca de drogas e fizeram exame de sangue na mãe e na criança. Não acharam nada. No ano seguinte, Rachel foi acusada de cozinhar metanfetamina na presença do filho. Nada ficou provado.
4. Pergunta inoportuna
Quem – Supremo Tribunal Federal
Quando – 15/02/2011
O ano era 2011, o Brasil vivia em relativa tranquilidade política, e o tema do momento era a aposentadoria do jogador Ronaldo, que estava em alta após uma passagem bem-sucedida pelo Corinthians. O assunto foi parar no Twitter do Supremo Tribunal Federal, onde um post questionou: “Agora que o Ronaldo se aposentou, quando será que o Sarney vai resolver pendurar as chuteiras?”
Consequências – O STF apagou o post e divulgou uma nota culpando uma funcionária terceirizada. O ex-presidente da República e então senador José Sarney, alvo da galhofa, pediu que o tribunal não punisse a funcionária. “Fico feliz porque o Ronaldo é um fenômeno, né? Quero agradecer a essa moça porque ela fez um julgamento muito bom a meu respeito.” Mesmo assim, a servidora foi afastada.
5. Selfie em Auschwitz
Quem – Breanna Mitchell
Quando – 20/06/2014
A americana, de 18 anos, tirou uma selfie toda sorridente dentro do campo de concentração de Auschwitz. Postou a imagem no Twitter em junho de 2014 – mas a foto só começou a repercutir um mês depois.
Consequências – Breanna recebeu milhares de xingamentos e críticas, e de início reagiu com raiva. “Meu Deus! Gostaria que as pessoas parassem de retuitar, comentar e favoritar minha foto. Como se fosse grande coisa eu ter sorrido.” Depois, em entrevistas, ela explicou que seu pai era fascinado pela história da 2a Guerra Mundial. Eles iriam viajar juntos para a Polônia, mas o pai morreu um mês antes. “Ao chegar lá, senti a presença dele”, disse à imprensa.
6. Homenagem bizarra
Quem – Alicia Ann Lynch
Quando – 03/11/2013
Alicia teve a brilhante ideia de se fantasiar para o Halloween como se fosse uma vítima dos atentados na maratona de Boston (quando duas bombas explodiram, deixando três mortos e mais de 250 feridos). Colocou camiseta, shorts, tênis e fez marcas de sangue de mentirinha no rosto e nas pernas. Tirou uma foto, na linha de chegada da maratona, e postou no Twitter e no Instagram.
Consequências – Alicia teve que deletar todas as suas contas em redes sociais. Perdeu o emprego e começou a receber trotes telefônicos e ameaças de morte – a ponto de reativar sua conta do Twitter só para implorar que as pessoas parassem de perseguir sua família.
7. Ofensa dupla
Quem – Justine Sacco
Quando – 20/12/2013
Justine era relações-públicas da empresa InterActive, de Nova York, e estava indo para a África do Sul com a família. Antes de embarcar no avião, tuitou: “Indo para a África. Espero não pegar Aids. Brincadeira. Eu sou branca!”. Entrou num voo de 11 horas, sem internet.
Consequências – Quando Justine desembarcou e ligou o celular, viu que sua mensagem tinha sido retuitada 2 mil vezes e se tornara um dos trending topics do Twitter (com a hashtag #HasJustineLandedYet, ou #aJustineJáChegou?). Percebendo o que tinha feito, ela deletou sua conta, mas já era tarde demais. Foi demitida, ameaçada, xingada na rua e teve que cancelar suas férias – os funcionários dos hotéis onde ia ficar se recusaram a recebê-la. Filha de pai sul-africano e nascida no país, Justine foi para a Etiópia, onde ficou um mês fazendo trabalho voluntário, e seis meses depois conseguiu um novo emprego, na empresa FanDuel – acusada de fraudes em apostas online. Ela diz que seu post foi uma tentativa de ironizar alguns dos mitos sobre a África.
8. Destruindo o visto
Quem – Leigh Van Bryan
Quando – 16/01/2012
Às vésperas de viajar para os EUA, o britânico de 26 anos tuitou uma frase para convidar uma amiga para a balada. “Está de folga nesta semana para a gente se encontrar antes de eu destruir a América?”. Alguns dias depois, pegou o avião, sem fazer ideia do tamanho da confusão em que estava envolvido.
Consequências – Ao chegar ao aeroporto de Los Angeles, Leigh foi preso, interrogado durante uma madrugada inteira e mantido fechado numa van com 12 traficantes mexicanos. Depois foi deportado. Foi proibido de entrar nos EUA, e é monitorado pela polícia.
9. Chilique em alta velocidade
Quem – Lewis Hamilton
Quando – 08/10/2012
O piloto de Fórmula 1 acusou o então colega de equipe, Jenson Button, de deixar de segui-lo no Twitter. Ele procurou Button na sua lista de seguidores, não achou, e surtou. “Acabo de descobrir que @jensonbutton me deu unfollow, é uma pena. Depois de três anos como companheiros de equipe, achei que nos respeitássemos, mas claramente não.”
Consequências – Na verdade, Button jamais havia seguido Hamilton, que passou vergonha e teve de se retratar: “Foi mal. Acabei de descobrir que Jenson nunca me seguiu. Não o culpem! Preciso usar mais o Twitter!” Button preferiu não se manifestar.
10. Falta de noção
Quem: Celeb Boutique
Quando: 20/07/2012
No dia em que James Holmes invadiu um cinema na cidade de Aurora, no Colorado, e matou 12 pessoas, a hashtag #Aurora entrou para os trending topics do Twitter. Mas a loja de roupas Celeb Boutique achou (ou fingiu) que era por causa de um vestido seu. “#Aurora está nos trending topics, claramente graças a nosso vestido #Aurora, inspirado em Kim Kardashian.”
Consequências – A marca demorou horas para tirar o post do ar. Depois, publicou uma série de tuítes e notas pedindo desculpas pela falta de sensibilidade.
11. Sinceridade em excesso
Quem – Chrysler
Quando – 09/03/2011
“Eu acho irônico que Detroit seja conhecida como a cidade dos automóveis, e mesmo assim ninguém sabe dirigir p***a nenhuma.” Foi isso o que apareceu no Twitter da montadora Chrysler – cuja sede é em Detroit. O culpado foi Scott Bartosiewicz, cuja empresa cuidava das redes sociais da montadora. Ele ia postar o xingamento na sua conta pessoal, e jogou na da Chrysler sem querer.
Consequências – Scott foi demitido, e sua empresa perdeu a conta da Chrysler. Em nota, a montadora pediu desculpas pelo palavrão de Scott, mas negou ter pedido a cabeça dele.
12. Malditas bikes
Quem – Emma Way
Quando – 19/05/2013
Ela admitiu um crime de trânsito como se fosse piada: “Hoje mais cedo eu derrubei um ciclista. Eu tenho a preferência, ele nem paga pedágio!” E ainda usou a hashtag #bloodyciclists (#malditosciclistas). A vítima, Toby Hockley, sofreu arranhões leves.
Consequências – Emma foi afastada do emprego (em Norfolk, 160 km ao norte de Londres), recebeu centenas de ameaças pelo Twitter, foi investigada pela polícia e processada. Acabou sendo condenada por provocar uma colisão e não prestar socorro, mas a pena foi branda: multa de 300 libras e 7 pontos na carteira de habilitação. Emma disse que o ciclista atravessou sua faixa da pista várias vezes.
13. Nude eleitoral
Quem – Anthony Weiner
Quando – 27/05/2011
Weiner era um político bem-sucedido: foi eleito sete vezes deputado e quase chegou à prefeitura de Nova York. Mas, durante uma troca de mensagens com uma fã, ficou empolgado, tirou uma foto do pênis e enviou para… todos os seus seguidores no Twitter.
Consequências – Depois de vários dias negando, Weiner admitiu que era ele, sim – e que havia enviado nudes para várias mulheres. Renunciou ao cargo no Congresso, e saiu da vida pública.
14. Aula de arte
Quem – Viih Tube
Quando – 27/01/2015
A youtuber Vitória Moraes, de Sorocaba, fez um vídeo com seus cadernos de escola, entre eles um com capa de Romero Britto: “Um dos que eu mais gostei foi este, que é do Picasso. Eu amo essa pintura”. O engano só foi percebido (e viralizou) um ano depois.
Consequências – Foi até bom para Vitória, que hoje tem 16 anos e 3,3 milhões de seguidores em seu canal (1,3 milhão a mais que antes da gafe). “Acabei fazendo muitos conhecerem tanto Romero quanto Picasso”, reflete. S