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TdF Entrevista – Daniel Dystyler, do Wikimetal

Por turma-do-fundao
Atualizado em 4 jul 2018, 20h35 - Publicado em 5 mar 2013, 13h25

gabriela_sartori

daniel-dystyler

Imagem: arquivo pessoal

Na busca por atender nossos leitores metaleiros, aqui vai uma entrevista exclusiva com Daniel Dystyler, um dos fundadores do portal de heavy metal Wikimetal.

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O cara é metaleiro desde a adolescência e conta que seu primeiro contato profissional com o gênero foi ao ser roadie da banda Viper na década de 80. Depois de algum tempo, Daniel começou a fazer faculdade de ciências da computação e ficou difícil conciliar o trabalho com os estudos. Foi então que ele teve de deixar a banda. Depois disso, se formou e caiu no mundo do trabalho, tendo o metal como um hobby.

“É o tipo de som que eu sempre ouvi, mas não era mais nada ligado ao meu dia-a-dia”, diz ele. “Era um hobby, apenas por ouvir mesmo”, conta. Os anos passaram e Daniel foi trabalhar com TI. Mas, em janeiro de 2011, inaugurou o Wikimetal como um podcast e viu o projeto crescer até virar um portal. Daniel hoje tem 43 anos e o nome da filha tatuado no braço com a fonte do logo do Iron Maiden. Confira a entrevista:

Mundo Estranho: O que é o Wikimetal?

Daniel Dystyler: Além de um blog, o Wikimetal tenta se posicionar como um núcleo que apresenta serviços para esse público específico de hard rock e heavy metal. Ele pretende oferecer um “360°” para um headbanger, que, ao estar conectado ao nosso site, tem acesso a conteúdo exclusivo e gratuito.

ME: O que tem no site?

Daniel: Nós temos um podcast semanal às segundas-feiras à noite que tem muitas entrevistas com heróis do heavy metal, tanto nacional quanto internacional. E não falamos apenas com músicos, mas também fotógrafos, jornalistas, radialistas. Disponibilizamos não só o áudio original como também as traduções. Temos também vídeos com entrevistas e muito texto. Todas as entrevistas são transcritas para o site, além de textos próprios dos três apresentadores, o Power Trio. Há uma seção onde os fãs mandam textos e os mais legais são publicados. E ainda contamos com galerias de fotos tiradas por profissionais em shows e uma lojinha virtual com camisetas exclusivas. É uma Disneylândia do metal.

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ME: Como surgiu a ideia do site?

Daniel: Bom, uma coisa que eu sempre digo é: “não é porque eu gosto de pizza que eu vou abrir uma pizzaria”. Mas, nesse caso, eu e os outros fundadores percebemos que o metal no Brasil estava crescendo e realmente existia uma carência do mercado para ele. Nós começamos a desenvolver um lugar onde os headbangers pudessem ter acesso a conteúdo de qualidade.

ME: É difícil incentivar as novas gerações a ouvir metal em meio à grande indústria pop atualmente?

Daniel: Sim. Uma das nossas metas é atrair um maior público não só para o site, mas para o heavy metal. Se é verdade que existe 1 milhão de ouvintes de metal hoje, por que não podemos ter 12 milhões daqui quatro anos ? Mas, para isso acontecer, é necessário levar esse conteúdo até as pessoas e mudar do aquela imagem distorcida do heavy metal de violência, drogas, demônio e outras coisas. Existem muitas músicas com letras lindas e inspiradoras, e nós vemos o Wikimetal como um veículo para a popularização desse conteúdo. Por outro lado, nós nunca seremos mainstream, sempre seremos outsiders por defender aquilo que é contra o status quo.

ME: Qual foi a maior loucura que você já fez para assistir a um show de metal?

Daniel: Eu acho que a maior foi quando eu comecei a trabalhar e não conseguia mais ser roadie da Viper. Eu comecei a juntar cada centavo que eu ganhava para poder fazer um mochilão pela Europa com um amigo. Nós compramos uma passagem com escala no Paraguai, depois em Recife e, por fim, Madrid. Por coincidência, o Viper ia fazer uma turnê pela Europa na mesma época, e eu montei o roteiro para me encontrar com eles numa cidadezinha da Alemanha chamada Ludwigsburg. Chegamos lá e a cidade era muito pequena, ninguém falava inglês. Nós começamos a procurar pela cidade o lugar do show, até que descobrimos onde seria. Havia só um cartaz escrito “Viper – Brazil”. Voltamos à noite e lá estava o Viper. Fui roadie deles nesse show, depois de alguns anos sem trabalhar para eles.

ME: Como é a interação de vocês com os leitores?

Daniel: Pedimos para eles participarem muito. Eles podem mandar um texto sobre heavy metal – todos estão convidados a escrever para a gente. Nós começamos há algumas semanas a fazer enquetes e também a adicionar noticias que chamam mais atenção. Há um espaço para o pessoal comentar as matérias. Já batemos 200 mil seguidores no Facebook, sendo que, no Brasil, existe uma média de 10 milhões de fãs de metal. Existe um público muito amplo para consumir o conteúdo do site.

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ME: Quais são os planos de vocês para o futuro?

Daniel: No site, nós vamos ter uma galeria com fotos enviadas pelos leitores deles com astros do metal, e também teremos alguns quizes. E, para 2013, pretendemos fazer dos nossos vídeos um programa de TV. Outra coisa que nós fazemos é agenciar a volta de bandas que estavam inativas, como foi o caso da Viper e logo mais irá rolar com o Toyshop.

ME: Qual sua banda preferida?

Daniel: Iron Maiden. Talvez não seja a banda que eu ouço mais hoje, mas é a banda que mudou a minha vida, que me enganchou no heavy metal. Não é a que tem os melhores instrumentistas, mas tem uma relação pessoal comigo. Comecei a ouvir com 14 anos e é uma banda muito grandiosa.

ME: No cenário nacional, quem são os metaleiros mais expressivos?

Daniel: Não existe nenhum artista brasileiro que seja tão popular no universo metaleiro do que Sepultura. Faz pouco tempo que eles lotaram um show em um estádio na Indonésia. Eles popularizaram o Brasil pelo mundo numa proporção quem nem Caetano Veloso fez. Sem falar o que eles fizeram pelo heavy metal.

ME: Você já fez parte de alguma banda?

Daniel: Já, mas não foi nada profissional. Montei uma banda com uns amigos da empresa onde eu tocava guitarra. Humildemente, ela se chamava Number One, mas era uma homenagem a uma música do Manowar. Nós fizemos shows e alguns deles foram beneficentes, um deles foi até para uma instituição religiosa, foi bem divertido.

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