Nos últimos anos, personagens femininas têm ganhado mais espaço nas séries de TV como mulheres fortes e independentes, diferentes do padrão de dona de casa ou de gostosona burra que só está lá para subir a audiência do programa.
O empoderamento feminino está crescendo junto dos grupos feministas, trazendo mulheres poderosas, inteligentes, fortes e protagonistas de suas próprias séries como super-heroínas, guerreiras, advogadas e até bruxas.
Quem disse que uma mulher não pode salvar a cidade, ser uma suprema, comandar um hospício e ainda ser independente financeiramente e resolvida sexualmente? O espaço conquistado por essas mulheres é o foco desta lista.
1) Jessica Jones (Netflix, 2015)
Lançada em novembro do ano passado, Jessica Jones traz a heroína dos quadrinhos para a nossa vida na forma de uma série original Netflix que prometeu muito e, honestamente, cumpriu tudo.
Jessica (Krysten Ritter) trabalha como detetive particular no bairro de Hell’s Kitchen, em Nova York, na sua própria agência de investigações, a Alias Investigations, onde tenta esconder seus poderes de seus clientes e agir da forma mais normal possível. Ela sofre de Transtorno de Estresse Pós-Traumático por conta de alguns antigos acontecimentos na sua vida, com os quais ela tenta lidar. Mesmo tentando fugir dos demônios do seu passado, eles acabam voltando a persegui-la na forma do seu maior problema: Kilgrave (David Tennant), um vilão obcecado por ela que fará de tudo para tê-la de volta sob seu controle.
A série traz o poder feminino de uma forma que foi abandonada desde o começo dessa nova leva da cultura pop que começou em meados dos anos 90. No meio de tantos super-heróis e figuras masculinas, de repente surge uma mulher protagonizando sua própria série e sendo a figura mais poderosa da mesma. Isso além de tratar de dois assuntos importantíssimos para o feminismo hoje em dia: estupro e relacionamentos abusivos.
Jessica Jones traz a visão da vítima nessas duas situações e dá espaço para a mulher mostrar o seu lado, se posicionar e lutar contra isso, tornando a mulher sua própria super-heroína. Vítima de um relacionamento abusivo, Jessica tenta se reconstruir e se mostra forte o suficiente para proteger ela mesma e todos à sua volta. Além de Jessica, sua melhor amiga Trish também é uma figura feminina forte e independente na série, tendo aulas de defesa pessoal e ajudando Jessica a se salvar de Kilgrave.
2) American Horror Story (FX, 2011-atualmente)
Em outubro de 2011, o mundo conheceu mais uma obra prima de Ryan Murphy, uma série de horror diferente de todas as outras e com 95% do elenco constituído por mulheres.
Apesar de trazer muitas vezes a hiper-sexualização da mulher, a série traz moças em posições que normalmente são ocupadas por homens em séries e filmes do gênero, além de quebrar o tabu da “mulher burra” de filmes e séries de horror, nos quais a mulher só grita, corre ou tem um corpão para segurar a audiência. Essa noção já cai por terra logo de cara, considerando que as quatro primeiras temporadas têm uma mulher considerada “velha” (para os padrões vigentes de beleza) nos papéis principais.
Independentemente do tema abordado na temporada, sempre há uma mulher num papel forte que luta contra diversas coisas que tentam deixá-la para trás, seja o namorado abusivo morto, um estuprador assassino, um marido caçador de bruxas e afins. As mulheres em AHS sempre são colocadas em uma posição igual ou superior à do homem, desbancando a ideia de que o horror é um gênero culturalmente masculino e transformando-o em algo feminino.
3) Xena, A Princesa Guerreira (vários canais, 1995-2001)
As chances de você ter assistido Xena, A Princesa Guerreira são bem grandes e, mesmo que não tenha visto, é uma boa ideia assistir e se preparar para o remake que está em produção.
A série começou em 1995 e foi até 2001 como spin-off da série irmã que narrava as aventuras de Hércules. Todavia, não demorou muito para que as aventuras de Xena (Lucy Lawless) e Gabrielle (Renee O’Connor) ficassem mais famosas que as de Hércules.
Apesar das limitações técnicas da época em que foi exibida, as aventuras da heroína e sua companheira foram capazes de mostrar uma guerreira independente e resolvida. Gabrielle e Xena não precisavam de homens para defendê-las e mostravam que coragem e força são atributos que transcendem qualquer definição de gênero.
As cenas de ação da princesa guerreira inspiraram garotas ao redor do mundo a seguirem seus sonhos e lutarem pelo que queriam. Por essas e outras, a gente espera que esse remake de Xena (que está em produção e ainda não tem data de estreia) seja igualmente maravilhoso e inspirador.
4) Seinfeld (NBC, 1989-1998)
Ok, talvez Seinfeld seja algo que seus pais tenham visto e você não, mas nós garantimos que vale muito a pena. O programa ainda é reprisado em alguns canais.
Seinfeld foi uma sitcom exibida nos EUA de 1989 até 1998, contando com nove temporadas de um humor por vezes ácido, mas sempre irônico. A sitcom foi uma das primeiras a utilizar comédia stand-up dentro do formato televisivo, inspirando muitos comediantes que vieram depois.
Originalmente, o elenco era composto apenas por três homens. Entretanto, a NBC percebeu o problema e julgou necessário colocar algum personagem feminino no elenco. Com isso surgiu Elaine, interpretada pela incrível Julia Louis-Dreyfus.
Elaine não era a personagem principal, mas, durante as nove temporadas, conseguiu se tornar um ícone feminino. Ela era uma pessoa dominante, que tomava as rédeas de seus relacionamentos e tinha fortes aspirações para sua carreira. Desejava casar, mas não tinha esse como seu único objetivo. Também era bondosa, mas não deixava que as necessidades dos outros atropelassem as suas.
Julia Louis-Dreyfus ajudou a firmar o papel da mulher na comédia através de Elaine. Assim como os colegas homens, ela criou uma personagem que veio para ficar. E até hoje continua a nos encantar com seu humor.
5) Sex And The City (HBO, 1998-2004)
Sex And The City é uma das mais famosas e comentadas séries norte-americanas, rendendo seis temporadas e dois filmes. Contando a história de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) e de suas melhores amigas Samantha Jones (Kim Cattrall), Charlotte York (Kristin Davis) e Miranda Hobbes (Cynthia Nixon), a série mostra o mundo feminino de uma perspectiva diferente, deixando claro que não existe estereótipo quando se trata de mulheres.
As protagonistas, mulheres que conquistam sua independência e equilíbrio financeiro ao longo da série, são totalmente diferentes entre si – enquanto uma quer ter filhos e família, a outra procura explorar ao máximo sua sexualidade sem se prender a relacionamentos. Durante as temporadas, as personagens se deparam com tabus e preconceitos, como o envelhecimento feminino e a necessidade de aparentar pureza e, a cada episódio, elas descobrem que não precisam conviver com essas situações. A série, apesar de engraçada e sutil, busca emancipar suas personagens dos padrões sociais, tornando-as mulheres fortes.
6) How To Get Away With Murder (Sony, 2014-atualmente)
A série se passa em uma faculdade onde uma professora de Direito recruta cinco de seus alunos para serem seus aprendizes. Essa professora é Annalise Keating (Viola Davis), uma das personagens mais profundas das séries de TV.
Annalise leva sua vida profissional muito a sério, sendo uma excelente advogada nos tribunais, além de admirada professora, mostrando força e inteligência invejáveis. Além da independência financeira, conquistada com seu trabalho, a personagem explora sua sexualidade ao longo dos episódios. O emocional de Keating também é muito bem trabalhado, mostrando que, apesar de passar uma impressão de imponência, ela possui sentimentos e medos como qualquer outra pessoa.
Annalise é o tipo de personagem que expõe que mulheres podem ser independentes, sensíveis, fortes e sexualmente ativas sem se envergonharem disso.
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