A franquia Jurassic Park é bastante querida do público. O inesquecível filme original, de 1993, teve duas sequências: The Lost World em 1997 e Jurassic Park 3 em 2001 – ambas dispensáveis. Com Jurassic World, dirigido por Colin Trevorrow, a franquia tenta retomar seu prestígio e se renovar para um novo público.
[Atenção: este post contém spoilers]
Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) é a diretora do parque, que foi reaberto e é visitado por pessoas de todo o mundo. Quando seus sobrinhos Zach (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins) vêm visitar o parque, ela precisa se dividir entre ficar com a família e cuidar dos preparativos para a nova atração do parque, o Indominus Rex, uma espécie inédita, criada a partir de manipulação genética.
É claro que o novo dino escapa e é claro que as crianças estão no meio da correria. Resta a Claire e a Owen Grady (Chris Pratt), um treinador de velociraptors, resgatarem os meninos e tentarem conter o caos que se instala na ilha.
Numa mistura de reverência e fan service pesado, quase tudo em Jurassic World faz alusão ao primeiro filme. Parece que os produtores reconhecem que simplesmente não vão superar o filme original, mas querem emprestar um pouco do prestígio dele. Vemos o prédio do primeiro filme em ruínas, o dilofossauro, os jipes, os mosquitos no âmbar e até o Mr. DNA.
“E agora, o incrível salto Free Willy!”
Algumas cenas fazem total referência ao primeiro filme, como a luta de velociraptors contra o Indominus Rex (lembra a luta contra o T-Rex). Outra cena é quando os meninos estão na Girosfera e estão andando entre alguns dinossauros herbívoros. Alguns deles começam a correr, fazendo referência ao primeiro novamente.
Evidências tecnológicas também são mostradas em abundância ao longo do filme, dando destaque ao centro interativo em um dos ambientes do parque. A cena em que estão entrando no Jurassic World, com a abertura do imenso portão, alude ao primeiro filme, dando um ar nostálgico a todos que assistiram ambos. Poder ver aqueles portões abrir novamente é uma das coisas mais arrepiantes e emocionantes que acontecem ao longo da obra.
Essa cena acontece ao som da música-tema composta pelo genial John Williams para o filme original, que retorna aqui em vários momentos, com pequenas mudanças de arranjo. A ótima trilha sonora, aliás, é um dos pontos-chaves de Jurassic World. Ela é bem colocada em todos os momentos do filme, fazendo com que o espectador se sinta como se estivesse no parque, vivendo as cenas.
“Que jeito irresponsável de brincar de bola de gude”
Os atores estão muito bem em seus papéis. Chris Pratt empresta seu carisma a Owen, enquanto Bryce Dallas Howard consegue criar empatia com sua personagem workaholic (cujas decisões no começo do filme são essenciais para seu desenrolar). Mas o destaque é para o ator mirim Ty Simpkins, inteligente e dramático ao mesmo tempo, que cria o elo mais natural com o telespectador – afinal, quem não quer ser uma criança em um mundo de dinossauros?
Foi mantido o ar de suspense, que faz sempre parecer que algo vai dar errado. Mas Jurassic World tem um ar de realismo diferente dos filmes anteriores, com mais mortes, cenas mais fortes e até momentos chocantes.
“Calma, gente! Eu juro que consigo um papel pra vocês em Guardiões da Galáxia 2″
O desfecho é muito surpreendente, e a cena final traz uma ideia genial, mostrando que o homem pode sim tentar de tudo, criar diversos tipos de criaturas, porém nada substitui a natureza e ela sempre permanecerá no topo. Sim, essa é a mensagem que o filme nos passa, e de uma forma muito inteligente.
No final, Jurassic World se mostra um filme incrível, que deve ser visto e revisto inúmeras vezes, contando com poucos defeitos. O resultado final é muito bom.