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Se Conselho Fosse Bom

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Coluna semanal de perguntas práticas, sentimentais e existenciais enviadas por leitores da SUPER. Por Karin Hueck
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“Estou a fim do meu colega, mas ele é casado e não trai a esposa. Devo me declarar?”

Será que vale a pena interferir no casamento alheio? E o que fazer quando a sua mãe não tem condições de ser uma mãe?

Por Karin Hueck Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
2 Maio 2017, 16h50

“Estou a fim do meu colega, mas ele é casado e não trai a esposa. Devo me declarar?”“Estou a fim do meu colega, mas ele é casado e não trai a esposa. Devo me declarar?”“Estou a fim do meu colega, mas ele é casado e não trai a esposa. Devo me declarar?”

Olá. Minha dúvida é a seguinte: gosto muito de um colega de trabalho. Trabalhamos na mesma empresa, mas em sedes diferentes por isso não o vejo o tempo todo. Sou apaixonada por ele desde a primeira vez que o vi. Faz uns meses que terminei um relacionamento de muitos anos e o colega fica cada vez mais interessante. De uns tempos prá cá, nos aproximamos mais. Problema: ele é casado e até onde sei nunca traiu a esposa. Pergunta: me declaro mesmo assim?
– Colega apaixonada
Cara colega.
Pergunta: por que você se declararia? Pelo que você descreve, nada indica que ele também esteja a fim de você – e menos ainda que ele trairia a esposa. Inclusive, acho estranho que o fato de ele não trair a mulher atrapalhe mais os seus planos do que o fato de ele ser casado. Seja solidária com essa esposa. Não queira passar a perna nela. Bote-se no lugar dela. Além do óbvio: por que você quer se meter em um rolo desses com um homem casado? Se o marido algum dia traí-la, isso é um problema dele. Não faça com que seja seu problema.

“Estou a fim do meu colega, mas ele é casado e não trai a esposa. Devo me declarar?”

Passo por um momento delicado na minha família. Minha mãe cresceu numa época em que o estudo não era importante e sua obrigação era colher café e trabalhar, ajudando dentro de casa em uma família humilde. Hoje, ela é mãe solteira de dois meninos, eu de 18 anos e meu irmão Roberto*, de 12. Por sermos sozinhos, sinto que é a minha obrigação ensinar ao meu irmão que a prioridade da sua vida são os estudos. Penso que ele precisa estudar por algumas horas do dia, além do período escolar obrigatório. Minha mãe acha que ele tem que se divertir, brincar! Ele não tem nenhum responsabilidade e disciplina para a sua idade, e demonstra ser um menino muito atrasado e devagar. Ela acha isso normal. O curioso é que lembro da minha mãe me chamando de burro, pois eu era muito lerdo quanto ao assunto que ensinavam na escola. Hoje ela me diz que o Roberto* precisa aprender a valorizar seus estudos sozinhos, mas ela não o influencia em nada. Chegamos ao ponto em que ela quer me deixar sozinho em casa e alugar uma casa para ela o meu irmão.
– Drama de primogênito
Caro primogênito.
Infelizmente, junto com a vida adulta vem a constatação de que os nossos pais são falhos. Eu concordo com você. O ideal é que o seu irmão tome gosto pelos estudos. Deve ser duro lembrar que a sua mãe pegava no seu pé para que você se dedicasse à escola, e nem toque no assunto com o seu irmão. Talvez quando você fosse mais jovem a sua mãe estivesse em um momento mais tranquilo da vida, e tivesse mais disposição de educar. Talvez ela não tenha condições de fazer isso agora com o caçula (ela não parece estar muito bem, se a solução para ela é morar em outra casa). O que importa é que em algum momento a educação dela funcionou – você diz que era lerdo nos estudos, mas agora está aqui, escrevendo esse e-mail maduro, com todas as prioridades nos lugares certos. Pense em como você deu essa guinada – e tente ajudar o seu irmão. Se sua mãe não vai ser o estímulo que o seu irmão precisa, você pode ser. Assim como você mudou, ele também pode se dar bem nos estudos!

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