Usina na Inglaterra será alimentada com gordura
Muita gente ainda não sabe, mas, quando descartado junto ao lixo de casa ou jogado no ralo da pia, o óleo que usamos para fritar batatinhas e outros alimentos é altamente prejudicial ao meio ambiente. Além de poluir a água, impermeabilizar o solo e danificar encanamentos, sua decomposição emite na atmosfera um dos principais gases causadores do efeito estufa, o metano. Ou seja, como se já não bastasse tudo isso, seu ralo fica fedorento!
Brincadeiras à parte, o problema preocupa o mundo todo. Por mês, a capital da Inglaterra gasta mais de R$ 3,8 milhões para limpar seus esgotos, entupidos 40 mil vezes por ano (!) por uma massa gordurosa de óleos de cozinha. Em 2013, Londres contra-atacou. A empresa concessionária de serviços de saneamento básico e fornecimento de água revelou planos de usar a nojeira pegajosa para produzir energia.
E o “bote” não é modesto: será construída a maior usina de energia movida à gordura do mundo, segundo a empresa. O empreendimento sairá por R$ 267 milhões e promete fornecer 130 GWh por ano de energia renovável – o suficiente para abastecer 40 mil casas – para grandes obras de esgoto, uma estação de dessalinização e para a rede nacional.
O fornecimento da “matéria-prima” para a usina de gordura ficará por conta das empresas: serão recolhidas, diariamente, 30 toneladas do resíduo descartado por restaurantes e companhias alimentícias locais. Essa quantia será responsável por mais da metade do combustível necessário para o funcionamento da planta. O restante virá de resíduos de óleo vegetal e sebo (gordura animal).
Aqui, em terras tupiniquins, também temos alguns bons exemplos, como a primeira usina autossustentável do país, em Sorocaba/SP, que reutiliza o óleo de cozinha como combustível, e uma campanha realizada em Florianópolis/SC, que é considerada pelo Guiness Book a cidade que mais recicla óleo no planeta.
Mobilize-se também! Procure pontos de coleta – existe até um site para ajudar a encontrar os mais próximos de você – para reciclar o resíduo e transformá-lo em sabão, tinta, verniz e biodiesel. As aplicações são diversas, então não há mais desculpa para continuar poluir as águas do planeta!
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Foto: cogito ergo imago/Creative Commons