Se o sexo das tartarugas depende da temperatura, como são os cromossomos?
Simples: elas não têm cromossomos sexuais.
![No centro da ilustração há uma tartaruga e um ovo, com ponto de interrogação e estão rodeados de pequenos ovos prestes a quebrar. Do lado esquerdo há uma bandeira com um floco de neve e, do lado direito, uma bandeira com uma chama.](https://preprod.super.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/12/orcl-tartarugas_site.jpg?quality=90&strip=info&w=1024&h=682&crop=1)
As tartarugas famosas graças ao Projeto Tamar – como a tartaruga-oliva, a tartaruga-de-couro e a tartaruga-cabeçuda – não têm cromossomos sexuais. Simples assim.
A diferenciação entre os sexos ocorre no segundo terço do período de incubação dos ovos. Entre as tartarugas, as temperaturas mais altas geram fêmeas; as mais baixas, machos.
Com o ninho a 29°C, nascem bebês dos dois sexos. Percorrendo a escala de 29 °C até 33 °C, a proporção de fêmeas aumenta gradualmente até atingir 100%. Descendo de 29°C para 24 °C, nascem cada vez mais machos.
Outros répteis seguem um padrão diferente: temperaturas intermediárias geram machos, e ovos muito frios ou muito quentes se tornam fêmeas.
Por fim, há espécies que estão em uma situação evolutiva intermediária: até possuem cromossomos X e Y – ou as variantes W e Z, em que ZZ é o macho e ZW é a fêmea –, mas o genoma não dá a palavra final. Um embrião com cromossomos para um sexo pode desenvolver características do sexo oposto quando exposto à temperatura certa.
Pergunta de @oliveiramarilaine, via Instagram.
Fontes: Luciana Medeiros Silva, bióloga do Projeto Tamar, “Sex chromosomes and sex determination in reptiles”, artigo de William S. Modi e David Crews.