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Por que nós rimos de pessoas caindo?

A explicação (quase) definitiva para o sucesso das Videocassetadas do Faustão

Por Oráculo
Atualizado em 31 jan 2019, 11h36 - Publicado em 17 jan 2019, 18h33

Não há resposta definitiva.

O filósofo Henri Bergson dizia que o riso era controle social: quem tropeça e cai na rua está bêbado ou distraído; a humilhação põe o cidadão de volta nos eixos e restabelece a normalidade. A inaptidão para agir de acordo com as normas estaria por trás, por exemplo, do humor explorado pelos palhaços. Há um abismo lógico entre o comportamento que seria esperado diante de uma situação e o comportamento que o espectador observa de fato.

Bergson explora muitas outras nuances do humor em seu livro Riso: um ensaio sobre o significado do cômico, que este Oráculo recomenda enfaticamente. Ele era de uma tradição de filósofos que buscaram explicar o humor a partir da incongruência: essa distância entre o que você acha que vai acontecer e o que acontece. Thomas Hobbes, sempre pessimista, foi por um caminho um pouco diferente: rir da desgraça alheia seria uma demonstração de superioridade.

Hoje, a neurociência fornece várias hipóteses. Uma é que nós achamos gostoso ver algo perigoso ocorrer quando estamos em segurança no sofá e não conhecemos a vítima – o cérebro se satisfaz com a distância. Esse é o mesmo motivo pelo qual vídeos de cravos e espinhas – ou de acidentes de carro na Rússia – fazem sucesso no YouTube.

Outro são os neurônios-espelho: nosso cérebro, quando vê alguém caindo, pode reproduzir automaticamente os padrões de atividade cerebral da pessoa que está caindo. Isso não tem nada a ver com telepatia, que fique bem claro: é só uma reação automática. Esse disparo faria uma espécie de cosquinha eletroquímica no cérebro do espectador. E aí ele ri.

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Pergunta enviada por Sara Tozoni, via Instagram

 

 

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