Por que Chernobyl é inabitável, mas Hiroshima já não é mais perigosa?
A bomba, além de carregar 2,8 mil vezes menos urânio que a usina, não tinha o objetivo de contaminar a região por tempo indeterminado.
Chernobyl e outras usinas usavam muito mais material radioativo que as bombas americanas lançadas contra o Japão – cujo objetivo era a liberação instantânea de energia por meio da fissão, e não tornar a região atingida inabitável por tempo indeterminado (ainda que, em curto prazo, os efeitos da radiação tenham sido devastadores para a saúde dos sobreviventes).
A bomba Little Boy, que atingiu Hiroshima, carregava 63 kg de urânio. Já Chernobyl utilizava 180 toneladas de urânio – 2,8 mil vezes mais. A Fat Man, que destruiu Nagasaki, continha 6,4 kg de plutônio, um outro elemento radioativo. Ela empregava um mecanismo diferente – o que explica a modesta exigência de matéria-prima.
Além da quantidade menor de urânio, outras variáveis importantes foram o tempo bastante longo que Chernobyl passou liberando resíduos no ambiente e o fato de que muitos desses contaminantes impregnaram o solo em vez de se dispersarem pelo ar.
O material de Chernobyl sofria fissão de forma controlada para geração de energia elétrica. No acidente, esse material foi exposto, liberando grande quantidade de urânio e de seus produtos de fissão em uma região ampla por um período prolongado. “Esses subprodutos são muito mais radioativos que o próprio urânio”, explica Rafael Garcia, pesquisador titular do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
Por terem explodido no ar, as bombas espalharam seus resíduos radioativos na nuvem em forma de cogumelo criada pela detonação; em Chernobyl, o material vazou na superfície e penetrou no chão.
Hoje, Hiroshima e Nagasaki são importantes centros urbanos do Japão, com 1,2 milhão e 430 mil habitantes, respectivamente. Já Chernobyl permanece inabitada – embora os níveis de radiação atualmente estejam apenas um pouco acima do normal, permitindo visitas de turistas curiosos e estadias breves.
Pergunta de @diego.zanchetta, via Instagram.
Golfinhos são vistos usando esponjas como chapéus
Por que os incas cavaram milhares de buracos em uma montanha? Estudo traz pistas
Papa Leão 14 revela seus quatro filmes favoritos
Como são feitas as cenas de filmes que se passam debaixo d’água?
A criatividade é boa para o cérebro e pode até retardar o envelhecimento







