O que é o escuro? Ele tem uma velocidade como a luz?
Vai com calma: a física não é tão gótica assim.
 
							O escuro não é uma coisa. Ele é só a ausência de luz. Portanto, na letra fria das leis da física, não pode ter uma velocidade.
A luz é composta por partículas chamadas fótons. E o preto é o jeito que o seu cérebro deu de avisar que um objeto não está emitindo nem refletindo fótons.
A velocidade da luz, diga-se, é uma coisa traiçoeira. Se dois ciclistas pedalam à mesma velocidade, as duas bicicletas ficam paradas uma em relação à outra e eles podem até conversar. Com a luz, não tem conversa: a velocidade dos fótons é sempre 300 mil km/s, não importa o quão rápido você esteja em relação a eles. É impossível emparelhar com a luz. Essa invariância, descoberta por Albert Einstein, é contraintuitiva, mas é fundamental para as equações da Relatividade. A luz, no vácuo, é o limite de velocidade do Universo.
Internet afora, há a descrição de um experimento imaginário em que a velocidade do escuro supostamente superaria a da luz.
Imagine que você é um astronauta flutuando no vácuo do espaço com um imenso holofote, de potência tão alta quanto se possa desejar. Então, você aponta o holofote para Júpiter – de uma distância suficientemente grande para que o cone de luz abranja toda a circunferência do planeta. Legal: agora Júpiter é uma imensa tela para teatro de sombras. Se você colocar a mão na frente do holofote e der um dedo do meio, projetará a maior e mais chula sombra da história do cosmos.
Palhaçadas à parte, a questão é que, ao mover a mão rapidamente na frente do holofote, a sombra dela vai percorrer o diâmetro de Júpiter em uma fração de segundo. Divida o tamanho do planeta por essa fração e você descobrirá que a velocidade da sombra projetada supera facilmente a velocidade da luz.
Lindo, certo? Pena que está errado.
A sombra é uma projeção bidimensional, mas ao analisar a cena em três dimensões, é fácil verificar que na verdade a porção escura projetada pela sua mão demora para alcançar o planeta – e que, portanto, nada no estranho experimento supera a velocidade da luz. O vídeo abaixo ilustra bem a explicação:
Pergunta de @izabela_cristine_, via Instagram.
 
                 Golfinhos de Noronha têm linguagem própria. Conheça o significado das acrobacias
Golfinhos de Noronha têm linguagem própria. Conheça o significado das acrobacias Playlist: 5 coisas para ler, ver e jogar em abril
Playlist: 5 coisas para ler, ver e jogar em abril Letterboxd do Papa: os filmes favoritos do cinéfilo Francisco
Letterboxd do Papa: os filmes favoritos do cinéfilo Francisco Análise genômica sugere que todas as rosas foram um dia amarelas
Análise genômica sugere que todas as rosas foram um dia amarelas Em Marte, robô Curiosity encontra primeiro sinal de ciclo de carbono
Em Marte, robô Curiosity encontra primeiro sinal de ciclo de carbono 
							 
							 
							 
							 
							 
							

 ACESSO LIVRE COM VIVO FIBRA
ACESSO LIVRE COM VIVO FIBRA