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É verdade que existia malária na Europa?

Consta da história que Urbano VII (1521-1590) foi papa da Igreja Católica durante 12 dias. Morreu de malária no dia da coroação. Pergunta-se: como ele apanhou malária no Vaticano? Fabio Franco, Ipatinga, MG Porque Europa, naquela época, era vidaloka. Tinha malária e tudo, olha só, gente diferenciada. Apesar de ser mais comum em países tropicais […]

Por Oráculo
Atualizado em 21 dez 2016, 09h07 - Publicado em 11 fev 2015, 17h34

Consta da história que Urbano VII (1521-1590) foi papa da Igreja Católica durante 12 dias. Morreu de malária no dia da coroação. Pergunta-se: como ele apanhou malária no Vaticano?
Fabio Franco, Ipatinga, MG

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Porque Europa, naquela época, era vidaloka. Tinha malária e tudo, olha só, gente diferenciada. Apesar de ser mais comum em países tropicais e subtropicais, a infecção causada pelo mosquito Anopheles era um problemão na região durante a Idade Média e Renascença. “Naquela época, acreditava-se que a malária estava relacionada aos pântanos e aos terrenos alagadiços dos subúrbios das metrópoles”, explica Luciano Ferreira, infectologista do Hospital Universitário de Brasília.

 O “mau ar” desses lugares deu o origem ao nome da doença, “mal aire” em italiano. Foi somente entre o final do século 19 e o início do século 20 que se descobriu que ela era causada por um protozoário transmitido por um mosquito, que se prolifera em ambientes quentes, úmidos e chuvosos.

A Roma de Urbano VII era um ambiente propício para isso. Ele morreu em setembro, época em que ainda faz calor e chove muito na Itália. Para piorar, o papa provavelmente pegou o pior tipo de malária (Plamodium falciparum), explica Tânia Chaves, infectologista do Instituto Evandro Chagas. Essa espécie leva a vítima rapidamente à morte porque compromete o funcionamento das hemácias, causa confusão mental e insuficiência renal e respiratória. “A pessoa pode morrer em uma semana”, diz.

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Daí nem adianta ser o papa para alcançar a salvação. A Itália só conseguiu erradicar a malária bem depois, em 1970.

Vale lembrar que há uma hipótese, menos provável, de que Urbano VII tenha sido envenenado.

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