As tubulações de água potável ficam sujas? Como são limpas?
Sim, sujam. E a limpeza é feita, adivinha só, com água.
O caminho entre a estação de tratamento e a sua torneira, pode, sim, influenciar na qualidade da água que você consome. Há basicamente três tipos de sujeira nos canos:
1º Biofilmes
Mesmo tratada, a água costuma possuir pequenas concentrações de matéria orgânica dissolvida. Algumas bactérias têm a capacidade de se alimentar dessas partículas e se acumular junto às paredes do canos – processo que é conhecido como formação de biofilmes. Segundo, Antônio D. Benetti, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), no geral, as bactérias destes biofilmes não fazem mal a saúde.
2º Corrosão
Encanamentos de ferro podem enferrujar. O ferro que é corroído da parede do cano em um ponto inevitavelmente se acumula em outro ponto (lembra do Lavoisier? Nada se cria, tudo se transforma). Essas inscrustações atrapalham o fluxo e podem deixar resquícios na água.
3º Precipitação de manganês insolúvel
A água que chega à estação às vezes possui altas concentrações de manganês dissolvido. O jeito é adicionar substâncias oxidantes, que tornam o manganês insolúvel a permitem retirá-lo mais facilmente. Se o manganês não é removido corretamente, ele pode se acumular na rede de distribuição – e a água assume uma coloração marrom.
Os canos só são trocados se estiverem furados ou danificados gravemente. Caso contrário, são apenas limpos. Não há um período específico recomendado para realizar limpezas nos encanamentos, pois o estado da rede de distribuição varia – em algumas áreas os canos são mais novos, em outras, mais desgastados.
A técnica de limpeza mais comum é injetar água pressurizada para desfazer os depósitos, que são varridos cano abaixo até um destino final para descarte. Neste caso, o abastecimento das residências fica interrompido, mas não fique bravo: é para o seu bem.