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“Sombras da Guerra” revela Mordor em toda a sua grandeza

Por Lucas Massao
Atualizado em 4 jul 2018, 20h35 - Publicado em 7 nov 2017, 10h49
“Sombras da Guerra” revela Mordor em toda a sua grandeza
(Monolith Productions/Divulgação)

Durante as longas horas da trilogia O Senhor dos Anéis, Mordor é retratada como uma terra desolada e, na visão dos hobbits, cheia de horrores. Terra-Média: Sombras da Guerra cumpre com maestria o papel de expandir o universo cinematográfico, mostrando o que realmente há por trás dos Portões Negros e como Sauron comanda seu exército, além de continuar a história iniciada pelo antecessor Sombras de Mordor.

A aventura do título é contada a partir do cavaleiro Talion, que perdeu sua família após uma tragédia e que se aliou ao espírito élfico Celebrimbor, o criador dos sete Anéis do Poder. Juntos, eles precisam conquistar a Terra-Média e eliminar Sauron de uma vez por todas, com a ajuda de um novo anel, livre das influências do Senhor do Escuro.

A primeira parte do jogo é mais cadenciada e serve para introduzir os controles e a dinâmica das áreas. Cada região é controlada por um orc poderoso, chamado de soberano, e abaixo dele estão capitães. Eles podem ser desafiados a qualquer momento, possuem características e personalidades únicas e pontos fortes e fracos. Para descobrir essas vulnerabilidades, é necessário encontrar um delator e dominá-lo.

A cada encontro, o capitão se apresenta e desafia Talion. Enquanto alguns apenas o juram de morte, outros chegam até a contar piadas ou fazer poesias. Em certos momentos, as introduções são longas demais e poderiam ser puladas.

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Os traços humanos dos orcs ajudam a dar robustez ao enredo do game e derrubam a ideia de que as forças de Sauron o seguem cegamente. Ao andar pelo mapa, é possível ouvir orcs contando que um capitão assassinou o outro ou que emboscadas e traições estão sendo planejadas.

“Sombras da Guerra” revela Mordor em toda a sua grandeza
(Monolith Productions/Divulgação)

A dinâmica entre Talion e Celebrimbor aparenta ser turbulenta ao longo da história, sendo que, em vários momentos, eles demonstram ter intenções e visões diferentes em relação ao mundo. A relação com o elfo dá ao humano, entre outros poderes, corrida super-rápida, salto duplo e o uso de um espectro durante o combate. As lutas, por sinal, lembram o sistema da franquia Batman por sua fluidez e se baseiam fortemente no ataque e contra-ataque.

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Passado o panorama inicial, Sombras da Guerra prova como o Sistema Nêmeses, a estrutura que define a criação de orcs rivais, evoluiu. Para dominar as fortalezas, as maiores estruturas das regiões de Mordor, é necessário obter informações dos chefes de guerra, que ficam abaixo dos soberanos na estrutura hierárquica, e dominá-los ou eliminá-los. Isso facilita o cerco e corta algumas defesas do local.

Ofensivamente, os capitães dominados ajudam como companheiros de ataque e trazem possibilidades de melhoramentos, como bestas com catapultas e grupos montados em feras. Esses aperfeiçoamentos custam mirian, a moeda do jogo, que pode ser adquirida com a venda de equipamentos coletados ou com dinheiro real. Após matar o soberano e dominar a fortaleza, um de seus seguidores assume o posto e dá ao local característica da tribo a qual ele pertence (há oito diferentes tribos no jogo).

“Sombras da Guerra” revela Mordor em toda a sua grandeza
(Monolith Productions/Divulgação)
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Como forma de aprimorar seu exército, há missões em que os orcs dominados podem lutar contra outros orcs e subir de nível ou fazer emboscadas e atacar acampamentos rivais. As fortalezas que você conquista podem ser contestadas pelas forças de Sauron, e alguns capitães podem deserdar e te trair, atacando aliados ou você mesmo pelas costas. Detalhes pequenos e que adicionam algumas pitadas de diversidade e surpresa.

A repetição e a pouca variedade nas missões e nos cercos estão presentes em certos momentos, mas não chegam a cansar. Intercalar tarefas secundárias e principais dá ritmo ao jogo e faz algumas horas passarem rapidamente: não é incomum terminar o título com dezenas de horas acumuladas. A aventura é embalada por uma bela trilha sonora que lembra as dos filmes de Peter Jackson.

No fim das contas, quando as cabeças são decapitadas e as fortalezas carregam a sua bandeira, Sombras da Guerra é uma experiência tamanha — e se posiciona como sólida alternativa para quem não gosta de jogos multiplayer.

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Provavelmente, por ter sido lançado em um ano de outros títulos de peso (Horizon Zero Dawn, The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Super Mario Odissey, entre outros), o jogo pode não receber a devida atenção nas premiações, mas isso não diminui sua magnitude.

Aviso: assim como vários jogos dessa geração, Sombras da Guerra possui micro transações, nas quais você pode gastar dinheiro real para comprar caixas com itens e mirian. Seu uso não é obrigatório; mas, principalmente nos modos de vários jogadores, elas podem causar desbalanceamento de níveis e um progresso mais rápido do que o recomendado.

A edição prata, usada como base para essa análise, acompanha um mapa de Mordor de 52 x 37 centímetros em tecido e um anel banhado a prata (que pode ter ficado preso em um dos meus dedos por um período desconfortável de tempo).

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