Entre humanos, a amamentação como fonte exclusiva de nutrição para bebês é recomendada até os 6 meses de vida. Mesmo depois que alimentos sólidos entram na rotina da criança, o recomendável é que o aleitamento materno dure até os dois anos de vida. Naturalmente, os orangotangos não estão nem aí para a legislação humana e estenderam esse período para níveis incomparáveis entre os mamíferos.
Ao analisar níveis de bário em dentes molares de quatro jovens orangotangos de Bornéu e da Sumatra, cientistas dos EUA e da Austrália concluíram que eles se alimentam quase exclusivamente de leite materno durante o primeiro ano de vida.
Até aí, tudo bem. O bicho pega (e mama) quando há escassez de frutas e de outros alimentos sólidos no ambiente. Aí, os marmanjos voltam a ao peito das mamães, numa boa. Isso vale até os oito anos de vida e, dependendo de onde vivem, ocorre ao menos uma vez por ano. Este período de aleitamento prolongado faz dos orangotangos a espécie mamífera que consome leite materno por mais tempo.
A precisão dos resultados animou os pesquisadores a utilizar a técnica de medição dos níveis de bário em dentes de esqueletos humanos antigos. O objetivo é compreender como os hábitos de amamentação se desenvolveram ao longo da história humana.
Fonte: Artigo Cyclical nursing patterns in wild orangutans