Ainda que um tanto embaraçado, não é desta vez que me esconderei por detrás dos pelos faciais. Trocadilho à parte, muito pelo contrário. Revelarei a seguir uma avaliação científica que é, no mínimo, bastante incômoda para mim: barba pode ser sinal de machismo.
É o que propõem pesquisadores de três universidades da Austrália (Universidade de Tecnologia de Swinburne, Universidade de Queensland, Universidade de New South Wales). Tudo começou com o seguinte questionamento: por que, além de preguiça, alguns homens preferem cultivar barba em vez de manter a cara limpa? A hipótese inicial era de que homens com postura mais sexista tenderiam mais a ter barba do que homens menos sexistas, uma vez que os pelos sociais são simbolicamente associados à virilidade, masculinidade e dominância – além de reforçar diferenças entre os gêneros feminino e masculino.
Para verificar isso, os australianos aplicaram um questionário para 223 homens americanos e 309 indianos. O resultado saiu conforme previsto: os barbudos apresentaram mais hostilidade em relação ao sexo oposto do que os barbeados. Os sinais mais intensos de machismo, inclusive, estiveram associados ao uso de barba em todos os grupos demográficos representados na pesquisa. Para completar, a cara lisa era mais frequente entre os voluntários menos sexistas.