A maneira como alguém enxerga – e expõe – a vida pode dar sinais importantes sobre o que se passa na intimidade dela – coisas que talvez a própria pessoa tem dificuldades para identificar.
A mais nova chancela científica para isso vem de Harvard. Pesquisadores da universidade espiaram o Instagram de 166 pessoas divididas em dois grupos: um deles composto por usuários diagnosticados com depressão. Após analisarem quase 44 mil fotos, identificaram padrões entre os depressivos:
– Fotos mais cinzentas, escuras e azuladas;
– Postagens mais frequentes*;
– Mais fotos sem filtros*;
– Mais fotos com rostos*;
– Posts mais comentados e menos curtidos*;
– Preferência pelo filtro Inkwell (um dos preto-e-branco disponíveis no Instagram).
(*sempre em comparação ao grupo de não depressivos)
Os pesquisadores acreditam que, apesar de ter uma base de dados pequena, esse tipo de observação pode evoluir a ponto de oferecer um bom serviço de saúde mental em localidades com poucos recursos. O argumento é o seguinte: em países onde os serviços de saúde mental têm pouco investimento ou sequer são disponíveis, essa estratégia de avaliar o paciente pelas redes sociais – com consentimento, claro – pode abrir caminhos para viabilizar diagnósticos e tratamentos.
Ah, nota importante: entre os não diagnosticados com depressão, o filtro preferido foi o Valencia.