Pesquisadores da Universidade Duke, nos EUA, derrubaram uma antiga concepção de que corais marinhos se alimentariam de plástico acidentalmente. A princípio, eles acreditavam que os pedaços indesejados e nocivos eram ingeridos por engano. De acordo com essa concepção, corais comeriam fragmentos de plástico por confundi-los com seu alimento habitual: plâncton.
Só esqueceram de enxergar o óbvio: como corais não têm olhos, seria impossível cometerem esse tipo de escorregada na dieta. Ao notarem isso descobriram que o que importa mesmo para essa equivocada escolha alimentar dos corais é o sabor.
De acordo o doutorando Austin S. Allen, um dos autores da pesquisa, “os corais do experimento comeram todos os tipos de plástico oferecido, mas preferiram três vezes mais os plásticos lisos, sem ‘cobertura’, em relação a pedacinhos que tinham um biofilme de bactérias. Isso sugere que o plástico contém algo que o deixa mais saboroso quando ingerido puro.”
A suspeita é de que algum dos componentes químicos usados na fabricação de plásticos – ou uma combinação deles – é responsável por aguçar o paladar dos corais. Diante dessa constatação, Allen e seu parceiro de pesquisa Alexander C. Seymour esperam identificar esses agentes que estimulam o apetite dos corais. “Se somos capazes de fabricar, por acaso, um plástico que é saboroso para esses animais, pode ser que também sejamos capazes de fabricar plástico que intencionalmente não seja apetitoso”, explica Seymour.