“Star Wars Outlaws” causa boa impressão – e desponta como candidato a jogo do ano
Primeiro da franquia em mundo aberto, game chama a atenção pelo ambiente ultradetalhado e missões com vários caminhos possíveis; confira teste de prévia do jogo, que será lançado em 30/8
Nos últimos anos, os jogos de mundo aberto foram se tornando relativamente literais: em cada missão, você pega seu carro/meio de transporte, vai até o ponto X no mapa, executa um ou dois objetivos simples e bem evidentes, e pronto. Sempre sabe exatamente o que/como deve fazer. Star Wars Outlaws, o primeiro da franquia em mundo aberto, não é assim.
O game, que será lançado para PlayStation, Xbox e PC no dia 30/8, é bem menos óbvio: a cidade de Toshara, seu ambiente central, é lotada de caminhos e vielas ambíguas, nos quais você acaba se perdendo mesmo seguindo o mapa à risca. Isso aconteceu várias vezes durante meu preview de 4 horas com o jogo. E é proposital.
“Nós queremos que o jogador possa se orientar pelos marcos, pela geometria, pelos rumores [do mundo]. Porque existe uma magia em pegar um caminho alternativo, e encontrar coisas que podem levar você a uma missão alternativa”, afirma Fredrik Thylander, diretor de gameplay de Star Wars Outlaws. No preview, o equilíbrio entre se perder/descobrir o que fazer me pareceu bem calibrado, com o nível certo de dificuldade.
Outro elemento incomum, para um game de mundo aberto, são os caminhos alternativos. Numa das missões do preview, eu tinha de obter acesso ao camarote de uma balada. E podia fazer isso de três formas: apostando numa corrida de cavalos (para ganhar dinheiro e comprar o ingresso), apelando para a violência contra o segurança (o que provavelmente daria certo, já que ele estava sozinho), ou achando uma entrada secreta.
O jogo não me disse isso, de forma literal; me fez descobrir sozinho, parando e pensando um pouco. Star Wars Outlaws tem missões bem elaboradas, que podem durar quase uma hora – lembram, nesse aspecto, os trechos mais intrincados de Watch Dogs 2. Mas um degrau acima, especialmente durante as situações de combate, que são bem executadas.
Você assume o papel de Kay Vess, uma caçadora de recompensas acompanhada por Nix, um animalzinho cujas habilidades o jogador deve acionar em certos momentos (ele passa por frestas e destranca portas, por exemplo). São dois personagens novos; nada de jogar como Luke, Han Solo ou Darth Vader, por exemplo. “Nós queríamos contar uma história inédita, de alguém que ainda não deixou sua marca na galáxia. Fazer isso com um personagem já existente tiraria um pouco dessa fantasia”, diz Samuel De Vos, diretor de arte do jogo.
Segundo os criadores de SWO, o enredo se passa entre os filmes O Império Contra-Ataca (1980) e O Retorno de Jedi (1983). Mas, embora haja alguma intersecção com a mitologia da saga (em determinado momento, o jogador encontra o personagem Jabba the Hutt e vê Han Solo “congelado” em carbonita), trata-se de uma história independente.
Kay é bem interpretada pela atriz Humberly González. As atuações e os diálogos são bons,naturais e convincentes, como é típico dos games da Ubisoft, publisher do jogo. O game foi desenvolvido pelo estúdio sueco Massive Entertainment – mas, segundo Thylander, teve a ajuda de outros estúdios da Ubisoft em Xangai, Toronto, Paris e Bucareste (Romênia).
O teste de preview foi feito via nuvem, com o game rodando num servidor da Ubisoft, o que reduz um pouco a qualidade de imagem. Mesmo assim, a quantidade de elementos dos cenários e a riqueza visual surpreenderam – parecem estar no mesmo nível de um Cyberpunk 2077, por exemplo. A conferir.
Star Wars Outlaws causa ótima primeira impressão. Combina boas histórias, missões complexas e interessantes, gráficos de alta qualidade e um mundo abarrotado de detalhes e possibilidades. Veremos se o game é mesmo tudo isso, e como roda nos consoles e no PC, quando ele for lançado. Mas SWO parece ser um belo começo para a saga Star Wars nos títulos de mundo aberto – e sério candidato a melhor jogo de 2024.