Cinturão com 8.000 km de algas se aproxima da costa leste dos EUA
Emaranhado de sargaço pesa 13 milhões de toneladas e deve chegar às praias da Flórida nas próximas semanas, causando incômodo e mau cheiro; fenômeno pode estar relacionado ao desmatamento da Amazônia
Emaranhado de sargaço pesa 13 milhões de toneladas e deve chegar às praias da Flórida nas próximas semanas, causando incômodo e mau cheiro; fenômeno pode estar relacionado ao desmatamento da Amazônia
O Grande Cinturão de Sargaço é um enorme aglomerado de algas que foi detectado pela primeira vez em 2011 – e se tornou mais intenso nos últimos anos. Nesta temporada, imagens de satélite indicaram que ele está com 13 milhões de toneladas e aproximadamente 8.000 km de extensão.
O sargaço é um gênero que inclui várias espécies de alga – no cinturão, os tipos mais comuns são o Sargassum fluitans e o Sargassum natans, ambos compridos e amarronzados. O cinturão não é um bloco contínuo: é um enorme conjunto de pedaços de sargaço, que se forma anualmente no Oceano Atlântico e afeta as praias dos EUA, do México e do Caribe.
Os piores anos do Grande Cinturão de Sargaço foram 2022, quando ele chegou a 24 milhões de toneladas, e 2018, com 20 milhões (quase dez vezes a quantidade do primeiro ano, 2011). O fenômeno atinge seu ápice em maio e junho, ou seja, o cinturão deste ano ainda poderá crescer até alcançar a costa, o que deve ocorrer nas próximas semanas. Mesmo antes do pico, algumas praias da Flórida já têm recebido grandes quantidades de sargaço.
O surgimento do cinturão ainda não é plenamente compreendido. A teoria mais aceita afirma que sua causa são mudanças na água. O rio Amazonas e as correntes marítimas da África estariam jogando mais nitrogênio no oceano – isso favorece o crescimento do sargaço, que se alimenta desse nutriente.
No caso amazônico, a quantidade de nitrogênio estaria aumentando devido ao desmatamento de partes da floresta e sua transformação em áreas de plantio (nas quais o nitrogênio é extensivamente utilizado como fertilizante).
Ao chegar à costa, o sargaço fica flutuando na praia e também se deposita na areia – onde ele começa a se decompor, liberando sulfeto de hidrogênio (um gás que tem cheiro de ovo podre). A exposição crônica a esse gás, durante longos períodos, pode causar dor de cabeça, tontura e problemas digestivos.
“Deathbots”: testamos os robôs de IA que permitem “conversar com os mortos”
Papa Leão 14 revela seus quatro filmes favoritos
“Lumines Arise” reinventa puzzle japonês inspirado em “Tetris”
Até 4,6 trilhões de toneladas de CO2 podem deixar de ser emitidas com o TFFF, diz estudo
Golfinhos são vistos usando esponjas como chapéus







