Foram tantos os casos que as secretarias de saúde entraram em alerta. Desde o começo do surto, foram registrados 250 bebês nascidos com microcefalia nos estados de Pernambuco, Sergipe, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte – quinze vezes a média registrada entre 2000 e 2014. A doença é rara e causa deficiência mental, epilepsia e problemas de visão nas crianças – e até agora não se sabia o que andava causando a epidemia. Mas agora uma análise feita no laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro, pode ter trazido a resposta: o vírus zika, que é transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito da dengue. O vírus é comum na África e no sudeste asiático e foi registrado no Brasil pela primeira vez no começo do ano.
A suspeita surgiu quando as mães dos bebês relataram sentir os sintomas da doença durante os primeiros meses da gestação: febre baixa, vermelhidão e coceira. O mal é bem mais ameno do que a dengue – não há registros de morte em decorrência do zika -, mas as consequências para grávidas ainda não eram conhecidas. Como os primeiros meses de gravidez são os mais importantes para a formação dos fetos, imagina-se que a doença tenha contaminado também os filhos. Ainda assim, o estudo não pode ser considerado conclusivo porque só analisou uma pequena parcela das pessoas infectadas. O Ministério da Saúde também ainda não se pronunciou sobre os resultados.
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