Uvas sem gosto de agrotóxicos
Pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas estão criando um tipo de videira que resista mais às pragas, evitando assim o excesso de agrotóxicos.
Levar à mesa uvas saudáveis pode custar caro tanto ao bolso do produtor, que precisa realizar cerca de vinte pulverizações com agrotóxicos durante cada ciclo de cultivo, quanto ao estômago do consumidor, que come frutas com impurezas. Para diminuir esse problema, pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (SP) estão criando um tipo de videira que produza frutos ao mesmo tempo gostosos e resistentes. Isso será feito por meio do cruzamento entre duas variedades: a Vitis vinifera, consumida no Brasil, e a Vitis rotundifolia, conhecida como muscadínea, encontrada nos Estados Unidos e famosa por sua resistência a pragas.
O pólen da uva comum será colocado na flor da muscadínea. “Depois de oito semanas, alguns frutos serão retirados do pé antes de amadurecer, suas sementes serão extraídas e se desenvolverão num laboratório”, esclarece o agrônomo Celso Pommer, do IAC. Se a operação for bem-sucedida, a planta híbrida poderá ser reproduzida por meio de estacas e distribuída aos agricultores. Três ou quatro pulverizações de agrotóxicos por ciclo bastariam para manter essas videiras saudáveis.