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E se o homem não tivesse pisado na Lua?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 20 nov 2011, 22h00

Fernando Brito

Xixi nas calças. Foi uma das primeiras coisas que o astronauta Buzz Aldrin fez na Lua, em 1969. Felizmente os técnicos da Nasa tinham pensado nessa possibilidade. Eles criaram um coletor de urina para a roupa do segundo homem a chegar lá. Invenções banais como essas e outras bem mais importantes são o principal resultado da conquista da Lua. Comida desidratada, aspirador de pó sem fio, painéis solares e purificadores de água são só alguns outros exemplos. Muitas dessas invenções talvez nem fossem criadas, já que não precisávamos delas antes dos voos espaciais. Por outro lado, vários projetos úteis da Nasa que poderiam ter nos levado a outra realidade foram abandonados para que os recursos se concentrassem na construção dos foguetes titânicos que nos levariam à Lua. O Saturno, onde as cápsulas Apollo iam de carona, tinham 110 metros de altura – o dobro da de um ônibus espacial de pé. A Lua, afinal, fica mais longe do que parece: são 300 mil quilômetros daqui até lá. A Estação Espacial Internacional, o mais longe que qualquer astronauta pode sonhar ir hoje, fica a meros 400 quilômetros. Se o esforço para chegar à Lua tivesse se concentrado em naves menores, por exemplo, talvez o turismo espacial já fosse realidade há muito tempo. Ninguém teria ido à Lua. Ok. Mas talvez você já tivesse feito sua viagem ao espaço.

Voar, voar. Descer, descer
Sem o Projeto Apollo, poderíamos ter voos ultrarrápidos convivendo com tecnologias ultrapassadas

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Pentium MMX

Computadores são os Benjamins Buttons da vida real. Começaram grandes como uma sala e ficaram pequenos como um iPhone. Mas foi a corrida espacial que criou as primeiras CPUs compactas para que elas coubessem nas naves. Sem esse avanço, a miniaturização dos computadores demoraria mais. E talvez ainda estivéssemos na era dos primeiros PCs e Macs.

Fim dos blockbusters?

Esqueça Star Wars, Contatos Imediatos, ET… A ficção científica de massa explodiu depois do pouso na Lua – antes sci-fi era um gênero de nicho. George Lucas e Steven Spielberg, os criadores da cultura blockbuster, seriam cineastas menores. Sem blockbusters e com a pirataria, a indústria do cinema seria mais pobre. E mais dependente do mecenato – seja privado, seja estatal.

SP-NY em meia hora

Ao desafiar os russos na corrida espacial, os americanos abandonaram outros programas para concentrar recursos na ida à Lua. Isso impediu a criação de tecnologias que fariam os vôos orbitais, realidade desde 1959, mais comuns e baratos. E, se esses voos fossem realidade, uma viagem entre São Paulo e Nova York levaria meia hora.

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Menos câmeras

A Apollo levou uma câmera a bordo. As filmadoras tinham o tamanho de uma máquina de lavar. Então só deu para colocar uma na cápsula porque miniaturizaram o equipamento. Foi o pontapé inicial para as câmeras cada vez menores. Sem isso, a evolução seria mais lenta. Talvez as câmeras digitais não tivessem chegado. E as redes sociais seriam bem mais chatas.

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