Em 2012, nos disseram que sim – faz mal comer o que acabou de cair no chão. Dois anos depois, fomos liberados para recuperar a bolacha perdida há pouco no carpete empoeirado da sala. Agora, um novo estudo realizado nos Estados Unidos confirmou: qualquer contato com o solo contamina um alimento. A regra dos cinco segundos é uma mentira.
O artigo foi publicado na revista da American Society for Microbiology por um grupo de pesquisadores da Universidade de Rutgers. Os autores Donald Schaffner e Robyn Miranda dizem que a crença é baseada na ideia de que bactérias precisam de um determinado tempo para conseguir chegar até a comida que acabou de cair no chão.
Os dois cientistas fizeram vários testes e combinações para verificar quanto tempo elas demoram para migrar de uma superfície à outra. Foram usados quatro materiais como área de contato (aço inoxidável, cerâmica, madeira e carpete), quatro tipos de comida (melancia, pão, pão com manteiga e bala de goma) e quatro tempos (menos de 1 segundo, 5 segundos, 30 segundos e 300 segundos), além de duas preparações diferentes de bactérias Enterobacter aerogenes. No total, foram 128 cenários replicados 20 vezes cada – o que resultou em 2560 experiências.
O alimento que teve maior contaminação foi a melancia, e o que teve menos, a bala de goma. Entre as superfícies, o carpete foi a que apresentou menor transferência de micróbios, em comparação com o aço e a cerâmica.
Em entrevista ao Medical News Today, Schaffer explicou que a umidade é um fator determinante, já que “bactérias não têm pernas” e dependem do ambiente para se mover. Além disso, maior tempo de contato resulta em maior transferência de bactérias.
A conclusão dos pesquisadores é que todos os fatores influenciam na quantidade de micro-organismos que serão transferidas do chão para a comida – e, em alguns casos, essa transferência é instantânea, o que desmente a regra dos 5 segundos.