Porcos têm personalidade – sendo neuróticos ou otimistas
Assim como os humanos, a forma como os animais vêem o mundo, determina suas ações.
Acordar de mau humor, ser pessimista, simplesmente desistir de um trabalho mais chato. Isso não é exclusividade de humanos em uma segunda de manhã. Uma pesquisa feita em parceria pelas universidades britânicas de Lincoln, Newcastle e Belfast afirma que os porcos, assim como você, têm personalidade – e a forma como eles encaram a vida gira em torno disso.
Os pesquisadores perceberam que, assim como muita gente divide os humanos entre aqueles que enxergam um copo meio cheio (ou meio vazio), os porcos se dividem em dois grupos: 1 – os proativos, que são otimistas e não se deixam abalar por situações ruins; e 2 – os reativos, que são neuróticos e facilmente influenciáveis pelo ambiente que os cerca.
Para chegar nessa conclusão, os cientistas resolveram testar a paciência dos animais em alguns quesitos. Primeiro colocaram, dentro de caixas, um docinho que os porcos adoram: chocolate. Ao mesmo tempo, em outra caixa, havia porções de grãos de café – que os animais detestam. Como os alimentos haviam sido revestidos com açúcar, os odores eram mascarados, e a única forma de diferenciar a comida era colocando-a na boca.
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Os mesmos pratos eram colocados sempre no mesmo lugar, então, em pouco tempo, os animais passaram simplesmente a ignorar a caixa com café e iam direto para o chocolate. A coisa complicou quando os cientistas passaram a colocar outras caixas entre as porções boas e ruins. Algumas tinham chocolate, outras eram montes de café – e essas não repetiam de lugar. Ao mesmo tempo, os animais eram colocados em dois tipos de área para dormir – metade ficava em zona pequena e sem nenhum tipo de conforto, e ficava nitidamente mais incomodado do que os bichinhos do outro grupo, que dormiam em uma área maior que contava com macias camas de palha.
Foi nessas circunstâncias que os porcos começaram a se mostrar mais proativos ou reativos. Em ambos os grupos, tanto os que dormiam bem quanto os que dormiam mal, alguns dos animais se mostravam mais otimistas e outros mais pessimistas: os mais tristonhos iam direto para os potes de chocolate e, quando terminavam a porção, paravam de comer. Os otimistas, no entanto, comiam o chocolate e depois partiam para os potes intermediários; eles preferiam arriscar que tinha mais chocolate em algum lugar, do que simplesmente se contentarem com a porção inicial para não correr o risco de colocarem café na boca.
O estudo é importante porque nos ajuda a entender melhor o comportamento dos porcos e, talvez no futuro, possamos compreender outros bichinhos que nos cerca