Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Por que lâminas de barbear perdem o fio tão rápido?

Pelos faciais são 50 vezes menos resistentes do que o aço de sua gilete. Mesmo assim, ela fica "cega" em pouco tempo. A ciência já sabe por quê.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 7 ago 2020, 19h41 - Publicado em 7 ago 2020, 19h31

Qualquer barbeador descartável, por mais simples que seja, desliza pelo rosto com facilidade. O problema é que essa maciez costuma valer apenas na estreia: basta alguns usos para que suas lâminas comecem a irritar a pele – e, não raramente, causar cortezinhos incômodos.

Repetir a gilete pela quinta ou sexta vez é uma tarefa praticamente impossível: as lâminas, de tão cegas, se recusam a prestar o serviço com qualidade minimamente aceitável. Aí, das duas uma: ou você antecipa sua próxima ida ao mercado ou acaba se conformando em adotar o visual “lenhador” por mais tempo. Isso se não quiser terminar com o rosto retalhado, claro.

Os fios de sua barba são 50 vezes mais macios que o aço usado na gilete. Essa diferença de dureza, no entanto, não impede que ela fique completamente “cega” em pouco tempo. Mas por que isso acontece?

Foi o que um novo estudo, feito por pesquisadores do MIT e publicado na revista Science tentou desvendar. Spoiler: tem a ver com o material de que a lâmina é feita – mas também com a forma como você faz a barba.

A equipe de cientistas analisou a cena com a ajuda de um microscópio eletrônico de varredura. O equipamento consegue oferecer imagens de alta resolução mesmo de objetos minúsculos – como um fio de barba sendo raspado por lâminas afiadas de aço inoxidável, por exemplo. Você pode ter uma ideia desse processo de poda, em câmera lenta, no gif abaixo.

Continua após a publicidade

O passo seguinte foi observar, de pertinho, o comportamento do metal de que são feitas as lâminas do barbeador. Aí que estava o pulo do gato: os danos que o ato de barbear provoca não fazem, simplesmente, com que as lâminas percam o fio – como se deixassem de estar amoladas. Na verdade, o contato com os pelos faciais causa pequenas erosões no metal – com 1 décimo da espessura de um fio de cabelo –, que vão se acumulando com o tempo.

É como se fossem mini terremotos, que vão causando fraturas sutis no solo. Com o tempo, elas se juntam e causam um estrago maior do que a encomenda. Conforme as primeiras rachaduras aparecem, a lâmina fica mais vulnerável: na próxima vez que você for se livrar da barba, as novas rachaduras vão se acumular ao redor das antigas. Isso aumenta o buraco na área e torna o barbeador “cego” mais rapidamente. É um comportamento diferente do que os cientistas imaginavam.

Continua após a publicidade

O formato de seu rosto – e a direção em que crescem os pelos – nunca muda. Por isso, a angulação e a direção da força que você aplica durante a tosa tendem a ser mais ou menos a mesma. Assim, certas áreas da lâmina – as que você usa mais – acabam sempre ficando sobrecarregadas, e perdem o fio primeiro. Isso faz com que o barbeador inteiro vá parar no lixo mais cedo do que deveria. E nem adianta tentar revezar o aparelho e ficar mudando a angulação das lâminas na tentativa de fazê-las durar mais tempo. O padrão em que as rachaduras aparecem no instrumento é aleatório.

A ideia é que, a partir disso, a ciência consiga explorar esses padrões de fratura do metal para desenvolver lâminas mais potentes – e, principalmente, com uma vida útil maior. É como diz o ditado. Água mole em pedra dura, de tanto bater, uma hora fura. Contanto que o furo não aconteça no seu pescoço ou bochecha, tudo certo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.