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Por que acontecem tantos terremotos no Japão?

Dois tremores atingiram o país no começo de 2024. Entenda como as placas tectônicas se comportam nessa região.

Por Caio César Pereira
12 jan 2024, 18h09 •
  • No primeiro dia de 2024, um terremoto de magnitude de 7,6 na escala Richter atingiu o Japão na península de Noto, no centro-oeste do país. Até o momento, 202 pessoas morreram – e há centenas de desaparecidos.

    O Japão se recuperava dos estragos do terremoto quando, na última terça (9), houve um segundo tremor, de magnitude 6 – uma prova de que fenômenos do tipo são comuns por lá.

    Basta lembrar do terremoto de 2011, de magnitude 9 – o maior da história do Japão e um dos cinco maiores já registrados no mundo todo. O tremor provocou um acidente nuclear na usina de Fukushima e tsunamis com mais de 10 metros de altura.

    A escala Richter, vale ressaltar, é uma escala logarítmica, de modo que um terremoto de magnitude 6 é dez vezes mais forte do que um de magnitude 7 e assim por diante. Em teoria, não há limites na escala. 

    Todos os anos, 1.500 tremores atingem o Japão. Acostumados, os japoneses têm protocolos de segurança para eles – mas que não são suficientes para evitar tragédias como a deste mês. Afinal, por que terremotos são tão comuns por lá?

    Um acaso geográfico

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    O que causa os tremores de terra é a movimentação (e o choque) das placas tectônicas da litosfera, a “casca” da Terra, formada pela crosta terrestre e parte do manto superior do planeta.

    Debaixo do Japão estão quatro placas tectônicas. A região, conhecida como Círculo de Fogo (bastante explorada em obras de ficção, como em Godzilla) é famosa pela sua intensa atividade sísmica. De todos os terremotos que acontecem no mundo, 90% rolam por lá

    O Japão fica no encontro da placa das Filipinas, da Eurasiática, da Norte-americana e da placa do Pacífico. Essa última, a principal responsável pelos desastres.

    “O Japão está sob a zona de subducção da placa do Pacífico. A subducção da litosfera é um processo natural do nosso planeta que permite que as rochas do assoalho oceânico sejam recicladas”, diz Marcelo Belentani de Bianchi, geofísico e professor de Sismologia no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). “Nesse processo, ocorre a geração quase que contínua de tremores de terra.”

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    Subducção é o termo técnico para o choque entre uma placa e outra, e acontece quando a borda de uma placa menos densa – e aí desliza para debaixo de outra placa. Essa movimentação libera uma grande quantidade de energia, gerando assim os terremotos. 

    A subducção pode acontecer de maneira mais suave, dando origem a terremotos de baixa intensidade. E, quando rolam no assoalho oceânico, podem deslocar grandes porções de água. Assim nascem os tsunamis. A origem da palavra, aliás, vem do próprio Japão e significa “onda do porto” (tsu = porto, nami= onda).

    No caso do Japão, as ilhas que constituem o arquipélago estão na placa mais densa (a Euroasiática). A placa do Pacífico, menos densa, é quem está deslizando para baixo.

    O Japão não é o único país localizado em regiões com atividades sísmicas intensas. A Indonésia e a Tailândia, por exemplo, foram assoladas com o Grande Tsunami do Oceano Índico em 2004. O evento, que foi considerado pela ONU como o pior desastre natural já registrado, matou mais de 220 mil pessoas.

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    Apesar do Brasil não sofrer tanto com terremotos (o país se encontra bem no meio da grande placa Sul-Americana), outro país vizinho não tem a mesma sorte. No Chile, tremores são recorrentes – ele detém o recorde do maior terremoto já registrado na história. O Terremoto de Valdivia aconteceu em maio de 1960, e atingiu 9,5 de magnitude. 

    A diferença do Japão para esses outros países é que sua população é mais bem-preparada para lidar com esse tipo de situação. 

    “Como todo país que está sujeito a altas taxas de tremores de terra o Japão investe em redes de monitoramento sismográficas, implementações de normas adequadas, baseadas em estudos de risco sísmico, para a construção civil e, claro, ferramentas para treinamento e acompanhamento da população em situações adversas”, conta o professor Bianchi. 

    “Todas essas ações focam em aumentar a resiliência da população a eventos extremos, já que é impossível, hoje, fazer uma previsão de quando e onde irão ocorrer abalos sísmicos.”

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