Poliglotas se recuperam melhor de derrame
Os bilíngues que tiveram derrame se saíram melhor nos testes de atenção e organização de informações
Pesquisas já apontam que o bilinguismo pode adiar o começo do Alzheimer em quem tem predisposição para a doença. Agora um time de pesquisadores investigou o histórico médico de 608 pacientes que sofreram derrames entre 2006 e 2013, e o resultado foi claro: pessoas que falam mais de uma língua recuperam-se bem melhor.
Além de terem se saído melhor nos testes de atenção e organização de informações, 40% dos pacientes bilíngues recuperaram as funções cognitivas depois do derrame. Para quem fala só uma língua, o número é de apenas 20%.
Para garantir que os resultados não fossem influenciados por um possível estilo de vida mais saudável que os bilíngues levavam, os cientistas levaram em consideração outros fatores, como diabetes, idade, tabagismo e pressão alta.
O efeito positivo do bilinguismo provavelmente tem a ver com o fato de que bilíngues exercitam mais seus cérebros, porque continuamente trocam uma língua pela outra. “Nosso estudo sugere que atividades que estimulam o cérebro, realizadas continuamente desde jovem ou até começando na meia-idade, podem proteger contra os estragos causados pelo derrame”, disse Subhash Kaul, um dos autores da pesquisa. Ou seja, matricular-se num curso de chinês é certamente uma boa. Mas é bem possível que ir montar quebra-cabeças já ajude.
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