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Placebo cura coração partido

Em um teste, lembrar o fim de um relacionamento foi menos doloroso para quem estava sob efeito de um "spray mágico" – que na verdade não tinha medicação

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 jun 2017, 18h27

Placebo é bom para tudo. Até para essa barra que é gostar de você. É o que comprova uma pesquisa liderada pela psicóloga norte-americana Leonie Koban, da Universidade do Colorado.

Em termos técnicos, o teste ousado foi descrito assim: “nós usamos ressonância magnética em seres humanos para examinar o efeito placebo em uma experiência de vida particularmente impactante, a dor social induzida por rejeição romântica recente”. Chique, não?

Em bom português, o que Koban queria era ver se dá para enganar a cabeça de quem levou um belíssimo pé na bunda nos últimos seis meses – e fazer esses fiéis ouvintes de Pablo do Arrocha pensarem que a vida solteira, afinal, não é tão ruim assim.

O golpe foi baixo: um grupo de voluntários recém-largados foi divido ao meio. Todos eles receberam um spray de solução salina nas narinas – uma substância inócua, típica da mochila de quem sofre de rinite alérgica e tem o nariz entupido. A metade que se deu bem foi informada que o líquido tinha propriedades terapêuticas e seria capaz de diminuir o sofrimento. Já a metade fadada à tristeza, que serviu de grupo de controle, ouviu que aquele era só um procedimento padrão antes do exame.

Depois, todos foram enfiados em uma máquina de ressonância magnética, onde viam fotos dos antigos parceiros e eram estimulados a relembrar o término em seus mais sórdidos e vis detalhes.

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Não deu outra: quem achava que o soro era remédio realmente ficou resiliente e aceitou melhor o fim do relacionamento – o exame detectou padrões de atividade cerebral com muito menos “sofrência”.

Segundo os pesquisadores, esse é um passo importante nas pesquisas que analisam os efeitos do placebo aplicado a problemas psicológicos. Hoje, boa parte do que se sabe sobre a atuação dessas substâncias vem de testes clínicos tradicionais – um fato irônico considerando que, nesse caso, quem cura o corpo é a mente.

É claro que, na ausência do soro nasal mágico, uma boa forma de curar (ou quebrar de vez) um coração partido é ouvir a playlist de músicas de amor da SUPER no Spotify. Ou ir direto na favorita deste repórter, Baby Don’t You Do It – composta por Marvin Gaye, mas cuja interpretação mais famosa é da lendária The Band. Bom choro! 

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