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O que é o objeto astronômico 3I/ATLAS? Tudo que sabemos até agora

Será que uma nave alienígena vai visitar nosso sistema solar? Ao que tudo indica, não: o cometa 3I/ATLAS tem suas especificidades, mas ainda é um cometa.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 15 set 2025, 12h14 - Publicado em 9 set 2025, 19h00

O telescópio do projeto ATLAS, que existe para registrar asteroides próximos à Terra e oferecer dados para calcular rotas e riscos de colisão, descobriu um novo e curioso objeto astronômico no dia 1º de julho. O núcleo do 3I/ATLAS pode ter até 5 km de diâmetro o que faria dele o maior objeto interestelar já registrado.

Um cometa gigante que surgiu perto de outra estrela e veio parar no nosso sistema solar, com composição química incomum e uma velocidade impressionante? Será que é um cometa, mesmo?

A internet está cheia de especulações sobre a “verdadeira natureza” do 3I/ATLAS. As pessoas falam de uma nave alienígena gigante que pode estar visitando o sistema solar, talvez disfarçada de cometa. Como o objeto interestelar tem características diferentes dos outros dois que foram identificados  1I/ʻOumuamua, em 2017, e 2I/Borisov, em 2019 , algumas pessoas começaram a levantar hipóteses sobre uma suposta origem tecnológica do objeto, e a história pegou.

Vários astrônomos amadores e teóricos da conspiração entraram na história, mas não só: Abraham Loeb, professor de astrofísica da Universidade Harvard e um dos principais responsáveis pela divulgação da ideia de que 1I/ʻOumuamua também poderia ser um objeto de origem alienígena (não era), assinou um artigo (que só saiu em pré-print, o que significa que não passou pelo processo de revisão de pares do mundo acadêmico) levantando a hipótese de que o 3I/ATLAS seria um artefato tecnológico, que poderia ter intenções benignas ou malignas.

Será que os aliens fizeram a viagem só para chegar a tempo da Copa do Mundo de 2026, ou será que eles vêm nos destruir? Ao que tudo indica, nenhuma das duas opções. Desde que foi descoberto, novos telescópios conseguiram observar o 3I/ATLAS e encontraram várias características e evidências de que esses objeto interestelar é, sim, um cometa.

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Tem cara de cometa

O 3I/ATLAS já foi observado por telescópios como o Hubble, o James Webb e o Observatório SPHEREx. Ele está cruzando o Sistema Solar a mais de 210 mil km/h, e algumas simulações a partir de sua rota conhecida sugerem que ele seja o cometa mais antigo já descoberto, com uma idade mínima estimada em 7,8 bilhões. Isso significa que ele é bem mais antigo do que a Terra e do que o sistema solar  se fosse uma nave, seria uma lata-velha alienígena.

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Graças ao Hubble, desde agosto a comunidade científica tem acesso a imagens mais claras do 3I/ATLAS. As descobertas foram publicadas no The Astrophysical Journal Letters.

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Depois da análise dos dados do Hubble, é difícil ter dúvidas: ele é um cometa. Ao seu redor, há uma coma, que é como se chama a nuvem de gás e poeira que se forma em volta do núcleo de um cometa quando ele se aproxima do Sol e é aquecido. A coma do 3I/ATLAS é cheia de partículas de pó e os primeiros sinais da formação de uma cauda – que nada mais é que o rastro de matéria ejetada do núcleo. Todas essas características condizem com a distância entre o cometa e o Sol e fariam sentido para qualquer objeto que tivesse surgido no sistema solar.

Imagens mais recentes do telescópio Gemini Sul, no Chile, tiradas em 27 de agosto, já conseguiram ver a cauda do 3I/ATLAS com mais clareza. Conforme ele se aproximar do Sol, o gelo que ele carrega no núcleo vai sublimar, e os gases produzidos vão formar esse rastro cósmico (a cauda).

Cosmos, de Carl Sagan

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Sobre sua composição química, observações usando o telescópio espacial James Webb apontam que o 3I/ATLAS é muito rico em CO₂: é a maior proporção de dióxido de carbono para água já registrada num cometa, o que pode ajudar a entender um pouco sobre sua formação. Ele deve ter surgido na “linha do gelo do dióxido de carbono” de sua estrela, região onde a temperatura perto de uma estrela jovem é tão baixa que o CO₂ passa estado gasoso para o sólido e vira gelo.

O cometa viaja tão rápido que vai conseguir escapar da gravidade do Sol, usando nossa estrela como um estilingue para pegar impulso e se catapultar para outro canto da galáxia. Nessa corrida, ele não vai apresentar nenhum risco para a Terra. Seu periélio, o momento de mais proximidade com o Sol, vai acontecer no dia 29 de outubro, e até lá os astrônomos ainda podem descobrir muito mais sobre essa relíquia interestelar.

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