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O que é a Área 51, que 1 milhão de pessoas querem invadir para ‘caçar ETs’

Até a Força Aérea americana se pronunciou sobre o evento de Facebook que propôs uma "invasão" à base. Mas afinal, o que é que tem lá?

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 25 ago 2022, 14h39 - Publicado em 15 jul 2019, 19h28

A Área 51 é a Meca das especulações ufológicas. Recentemente, ela voltou aos holofotes graças a uma inusitada proposta: a de reunir todos aqueles que “questionam” os propósitos da base aérea americana para uma visita forçada às premissas.

Essa “ideia” surgiu na última sexta à noite e invadiu a internet no fim de semana. Se você estava pelo Twitter nos últimos dias, com certeza deve ter se deparado com algum meme sobre o assunto.

Bem, essa maluquice toda começou quando a streamer de videogames SmyleeKun achou que seria uma boa ideia criar um evento no Facebook propondo uma invasão em massa à Área 51 para “resgatar alienígenas”. Se todo mundo que interagiu com o evento aparecesse lá, seriam 2 milhões de pessoas indo até o remoto Condado de Lincoln, em Nevada, com o único propósito de invadir essa misteriosa área.

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Com o nome “Assalto a Área 51, eles não podem deter todos nós”, o evento marca para 20 de setembro a realização dessa empreitada. E, na descrição, elabora até um plano de ação: “Todos nos encontraremos na atração turística Área 51 Alien Center e coordenaremos nossa entrada. Se corrermos como o Naruto, podemos nos mover mais rápido que as balas deles. Vamos ver uns aliens”.

É claro que, mesmo em um evento normal, os números do Facebook não costumam corresponder à quantidade de gente disposta a aparece de verdade. E a própria linguagem do evento deixa transparente que ele não tem a intenção de ser levado à sério.

Só que a história ganhou uma dimensão bem mais interessante (e ainda mais engraçada) quando a própria Força Aérea dos Estados Unidos, a responsável oficial pela Área 51, resolveu se pronunciar sobre o assunto.

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A porta-voz da Força Aérea, Laura McAndrews, disse que ao Washington Post, que não apenas as autoridades sabiam do evento, como também estavam preparadas para reagir: “[a Área 51] é um campo de treinamento aberto para a Força Aérea dos EUA, e nós desencorajamos qualquer um de tentar entrar na área onde treinamos as forças armadas americanas. A Força Aérea dos EUA sempre está pronta para proteger os EUA e seus ativos”.

Mas, afinal, o que é que tem na Área 51?

A Área 51 nada mais é que uma base militar de segurança máxima, localizada no meio do deserto de Nevada, nos Estados Unidos, a 133 km de Las Vegas. Embora a instalação não seja acessível ao público, a região ao redor da Área 51 é um destino turístico popular, repleto de hotéis, museus e restaurantes com temática alienígena – em 1996, inclusive, Nevada trocou o nome da rodovia Rota 375 para “Extraterrestrial Highway“.

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Mas o auê turístico, lógico, tem um limite: aqueles que se aventuram muito longe nas terras em torno da base são recebidos com sinais de alerta indicando que poderiam ser multados ou até mesmo presos por invadir e tirar fotos.

Se essa área é envolta em mistérios extraterrestres, no entanto, grande parte dessa culpa é dos próprios EUA. Para você ter uma ideia, o governo apenas confirmou a existência da área em 2013, quando a CIA liberou documentos sobre a base para um pedido de registro público pela Universidade George Washington. Antes disso, ninguém sequer admitia que existia um lugar chamado Área 51 – o que só deu força à lenda.

Essa história toda começou em 1955, em plena Guerra Fria, quando a base foi oficialmente criada. Acredita-se que o surgimento dela esteja intimamente atrelado ao programa de desenvolvimento do avião espião Lockheed U-2, que chegaria a altas altitudes para conseguir espionar os soviéticos.

Uma dos primeiros passos para tirar o avião do papel era encontrar uma localização secreta para realizar os testes da nova aeronave. Assim, o governo escolheu um local no deserto de Nevada, perto de um lago seco, chamado Groom Lake, que serviria como uma boa pista de pouso.

Os primeiros testes do U-2 já foram em 1955, e com isso, já surgiram relatos de pessoas que diziam ter visto objetos voadores misteriosos. Quem sabia que era o U-2 não podia abrir a boca, pois o avião (e o programa) era absolutamente secreto.

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Como se já não bastasse, o governo ainda tentou justificar essas aparições “misteriosas” com histórias relacionadas a fenômenos naturais ou pesquisas meteorológicas. Essa lorota toda começou a dar lugar a suspeitas ufológicas.

As especulações chegaram ao auge no final da década de 80: o autodenominado físico Robert “Bob” Lazar foi à mídia dizendo ser um ex-funcionário da base militar. Ele categoricamente afirmou que sua função lá era realizar engenharia reversa em espaçonaves extraterrestres: o objetivo era se apropriar da tecnologia usada pelos aliens.

Daí para o surgimento de teorias de que os EUA estavam criando seres híbridos entre homens e ETs foi um pulo. É lógico que nada disso tem a ver com o que rolava na base de verdade. Ex-funcionários (reais) da base confirmaram que faziam, sim, engenharia reversa – mas em aviões de guerra estrangeiros, não em naves. Desde 2013, a CIA publica informações sobre vôos de teste que aconteceram lá ao longo dessas décadas, e os aspectos alienígenas dessas teorias foram desmascarados.

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Hoje, a área se divide entre testes militares importantes e turistas curiosos por aliens. Só se espera que, em setembro, nenhum amalucado apareça por lá, estimulado pelos milhões de pessoas que curtiram o evento… Por aqui já deixamos avisado: é meme!!

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