O julgamento das focas
O Ministério da Pesca do Canadá vai elevar a quota máxima de caça de focas por causa da superpopulação. Os pescadores reclamam que o animal está interferindo na pesca do bacalhau.
As cenas chocantes de milhares de bebês focas sendo goleadas até a morte devem voltar às telas de televisão em breve. Cedendo à pressão das companhias de pesca, o Ministério da Pesca do Canadá já admitiu elevar no próximo ano a quota máxima de caça de focas, restrita a 186000 animais por ano desde 1985. A alegação dos pescadores é que há uma superpopulação desses animais, o que está acabando com o bacalhau da região. Nos últimos sete anos, o controle da matança permitiu que o número de focas na costa atlântica do Canadá aumentassem de 2 milhões para 3 milhões e meio.
Para os ecologistas, a justificativa é apenas um disfarce. Eles se apóiam em uma experiência recente, feita pelo cientista David Lavigne, um conhecido especialista em vida selvagem. Ele mostrou que apenas entre 555 focas exterminadas tinhas restos de bacalhau no estômago, o que as torna inocentes. Para Lavigne, o sumiço do peixe se deve ao mau planejamento da pesca, que impede a sua reprodução.