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Prorrogamos a Black: Super com preço absurdo

Mundo silencioso, surdez

A surdez é uma perda terrível, que a ciência, aos poucos, vai conseguindo superar.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
31 jul 1998, 22h00 • Atualizado em 31 out 2016, 18h37
  • Lívia Lisbôa

    Surda e cega desde os nove meses de idade, a educadora norte-americana Helen Keller (1880-1968) se tornou um símbolo da capacidade de recuperação dos deficientes físicos. Para ela, a perda da audição era um infortúnio ainda maior do que a da visão. “A surdez representa a ausência do estímulo mais vital – o som da voz que veicula a linguagem e agita o pensamento”, escreveu. Quando a causa da surdez está no ouvido externo ou no médio, é possível recuperar a audição. Existem aparelhos para amplificar o som e substitutos artificiais para um tímpano estourado ou um ossículo que não vibra mais. Se o problema está no ouvido interno, a solução fica mais difícil. No Brasil, uma das causas mais freqüentes de surdez congênita é a rubéola da mãe, que provoca má-formação do bebê.

    Quem sabe é super

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    O código de sinais com as mãos usado pelos surdos-mudos para se comunicarem só foi desenvolvido no século XVII. Até então, os portadores de surdez total eram condenados ao isolamento.

    O ouvido eletrônico

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    Uma maquininha substitui a cóclea.

    Por muito tempo, os pacientes com danos totais na cóclea – a região do ouvido onde os sons são convertidos em sinais nervosos – eram considerados surdos irrecuperáveis. Desde a década de 80 vem sendo desenvolvido um equipamento eletrônico que resolve o problema, ao menos em parte. A condição é que o nervo auditivo, que leva os impulsos nervosos ao cérebro, esteja intacto. Os sons são captados por um microfone externo e transformados em impulsos elétricos por um processador 1, que os transmite, sob a forma de ondas de rádio, para um receptor 2 implantado debaixo da pele. Dali, por um fio, eles são enviados para a cóclea, onde eletrodos passam esses sinais para o nervo auditivo. O aparelho foi desenvolvido, em separado, por cientistas do Brasil, dos Estados Unidos e da Austrália. Os usuários não recuperam completamente a audição, mas se tornam capazes de reconhecer a maioria dos sons. “Nosso aparelho já foi testado, aprovado e logo estará à venda”, afirma o médico Ricardo Bento, da Universidade de São Paulo, membro da equipe que desenvolveu a versão brasileira do implante coclear.

    O gênio surdo

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    O alemão Ludwig van Beethoven, um dos maiores compositores de todos os tempos, já tinha perdido quase totalmente a audição em 1824, quando completou sua obra mais conhecida, a Nona Sinfonia. Os especialistas acreditam que Beethoven sofria de otoesclerose, uma doença que paralisa o estribo, um dos ossículos do ouvido médio, impedindo a passagem do som. O que era incurável no século XIX hoje se resolveria com uma cirurgia simples. O osso defeituoso seria trocado por outro, natural (de um banco de ossículos) ou artificial (de teflon, um material sintético). E o compositor ouviria tudo.

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