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Menino encontra fóssil de 500 milhões de anos enterrado no quintal de casa

O garoto, que tem apenas seis anos, estava brincando com seu kit de escavação quando encontrou um “Coral de Chifre” e outros seres marinhos fossilizados da era Paleozoica.

Por Carolina Fioratti
30 mar 2021, 15h47

Imagino que você tenha boas histórias sobre sua infância para contar, mas aposto que nenhuma delas supera a que o pequeno britânico Siddak Singh Jhamat viveu recentemente. No natal de 2020, o garoto de apenas seis anos ganhou de presente um kit de escavação de brinquedo. Na última semana, ele resolveu usar o brinquedo para explorar o quintal, onde pretendia caçar minhocas e quem sabe encontrar coisas como pedaços de cerâmica e tijolos. Suas ferramentas o levaram a uma descoberta muito mais relevante: um coral da ordem Rugosa com aproximadamente 500 milhões de anos.

Os corais da ordem Rugosa também são conhecidos como “Corais de Chifre”, devido ao seu formato característico. Esses animais já extintos viviam de forma solitária ou em colônias, sendo hoje comumente empregados como relógios biológicos pelos cientistas. Em resumo, os pesquisadores analisam seu modo de crescimento e usam os dados para determinar a duração dos dias e anos dentro de um passado geológico distante.

Quem identificou o fóssil foi Vish Singh, pai do menino e entusiasta de arqueologia. Ele é membro de um grupo que discute fósseis no Facebook, e utilizou a rede para postar um vídeo do achado e perguntar se alguém sabia o que era aquele objeto encontrado por seu filho em uma profundidade de 20 centímetros no quintal de casa. Logo, surgiu uma série de comentários explicando que a peça curiosa era, na verdade, um coral da ordem Rugosa de idade estimada entre 251 e 488 milhões de anos – datando da era Paleozoica.

Foto do fóssil encontrado pelo Siddak Singh Jhamat.
Fóssil de coral da ordem Rugosa encontrado em quintal na cidade de Walsall, Inglaterra. (Vish Singh/PA/Reprodução)

Por que havia um coral enterrado no meio da cidade se estes animais vivem no mar? A explicação é simples: no período Paleozoico, existia apenas uma enorme massa de terra que formava um único continente, a Pangeia. Nessa organização, a região que hoje chamamos de Inglaterra ainda estava submersa, o que explica também os outros achados da criança. No dia seguinte à descoberta da Rugosa, Sid voltou a cavar no quintal e encontrou um bloco de areia solidificado que trazia moluscos, conchas marinhas e um crinóide – animal marinho que habita profundezas de até 6 mil metros.

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A família, que vive na cidade de Walsall, explicou que há muita argila natural no jardim em que foram feitas as descobertas, o que caracteriza um ambiente propício para a fossilização. Mesmo assim, o coral foi uma surpresa para todos, já que eles não estão em uma região conhecida por seus fósseis, como a Costa Jurássica, no sul da Inglaterra. Esse local, que foi considerado Patrimônio Mundial da Unesco em 2001, é tido como um dos melhores do mundo para retirar fósseis.

“Dizem que você pode encontrar fósseis em qualquer lugar se olhar com bastante cuidado, mas encontrar um pedaço significativamente grande como esse é algo único”, disse Vish Singh ao Guardian. A família pretende apresentar os achados ao Museu de Geologia da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, para que seus pesquisadores possam realizar uma análise aprofundada sobre os fósseis. 

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