Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Macacos e humanos usam o mesmo raciocínio para fazer contas

Descoberta pode ajudar a entender como os seres humanos desenvolveram a compreensão numérica

Por Giselle Hirata
19 jan 2017, 17h52

O raciocínio lógico dos primatas parece ser mais avançado do que se imaginava. A conclusão surgiu de uma pesquisa feita por Jessica Cantlon, professora de ciências cerebrais e cognitivas da Universidade de Rochester, nos EUA. Nos últimos anos, ela se dedicou a estudar primatas para entender como os seres humanos desenvolvem o conceito de números – desde a simples contagem até o complexo raciocínio matemático.

Em 2013,  Cantlon conduziu um experimento com uma equipe de pesquisadores. Diante de porções variadas de amendoins, babuínos (com apenas um ano de idade) mostraram capacidade de fazer distinção entre pequenas e grandes quantidades do alimento. Com a descoberta, a dúvida era se essa capacidade poderia ser influenciada por dimensões, como a área de superfície relativa. Ou seja, era preciso descobrir se a escolha dos babuínos se dava pelo número (quantidade) ou pela proporção do objeto (tamanho).

No estudo de 2016, a pesquisa foi feita com macacos rhesus (com capacidades neurais e cognitivas muito parecidas com a dos humanos) e, paralelamente, com humanos – adultos e crianças dos EUA e um grupo de pessoas do Tsimane, uma tribo da Bolívia que têm “pouco conhecimento numérico”.  

O resultado foi divulgado no começo deste ano, na Nature Communications, e mostra que os primatas têm mesmo um senso lógico e conseguem identificar grandes e pequenas quantidades de objetos independentemente da área de superfície que parecem ocupar. E a novidade: esse raciocínio é o mesmo dos seres humanos. 

Para testar a “quantidade versus área”, os cientistas apresentaram matrizes com vários pontinhos aos indivíduos e aos animais, que tinham que escolher dois exemplos – um para representar a maior porção e outro para a menor quantidade.

Continua após a publicidade

Todos os grupos mostraram tendência para os números. “Isso mostra que o aspecto espontâneo da extração de informações numérica tem uma base evolutiva, uma vez que isso foi observado em todos os seres humanos e em espécies de primatas”, explicou o pesquisador Steve Ferrigno à Nature.

grafico
(Reprodução)

O estudo também mostrou que o entendimento da dimensão numérica foi mais forte em humanos e está relacionado à idade e à educação. “À medida que envelhecem, as crianças estão mais propensas a interpretar informações numéricas e contrapor com as quantitativas. O mesmo aconteceu com os adultos de Tsimane que tinham mais conhecimento matemático”, acrescentou Ferrigno.

O estudo é o primeiro a comparar a percepção do número e pode, no futuro, ser um indicador de como é o processo de aprendizagem na matemática em crianças. “Trata-se de compreender como os seres humanos evoluíram processos de pensamento que são matematicamente sofisticados”, concluiu o pesquisador.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.