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James Webb: Nasa divulga primeiras imagens feitas pelo telescópio espacial

De nebulosas a aglomerados de galáxias, veja o que o sucessor do Hubble já registrou.

Por Luisa Costa
Atualizado em 9 ago 2022, 13h42 - Publicado em 12 jul 2022, 15h29

Duas décadas e quase US$ 10 bilhões de dólares depois, o Telescópio Espacial James Webb está pronto para fazer observações em infravermelho – faixa de luz para a qual nossos olhos e cérebro não são ajustados – e enxergar galáxias que estão até 13,5 bilhões de anos-luz da Terra.

Na última segunda-feira (11), a primeira imagem feita pelo Webb foi apresentada pelo presidente americano, Joe Biden, em parceria com o administrador da Nasa, Bill Nelson. Nesta terça (12), outras foram divulgadas, em um evento online na Nasa TV. Confira:

SMACS 0723

Imagem feita pelo telescópio James Webb.
(NASA, ESA, CSA, and STScI/Divulgação)

O espelho principal do James Webb levou 12,5 horas para captar a quantidade de luz necessária para gerar essa imagem, a primeira a ser divulgada. Segundo a Nasa, foi um tempo relativamente curto de exposição: imagens semelhantes do Telescópio Espacial Hubble (que é até 100 vezes menos sensível) podem levar semanas.

A imagem mostra o aglomerado de galáxias SMACS 0723, a cerca de 4,6 bilhões de anos-luz de nós. Os objetos pontiagudos brancos e azuis são estrelas que estão mais próximas da Terra. Já os borrões vermelhos são milhares de galáxias distantes – incluindo aí os objetos mais tênues já observados no infravermelho.

Algumas das galáxias aparecem distorcidas por conta do efeito de lente gravitacional, que ocorre quando a gravidade de um corpo celeste massivo (como um outro aglomerado de galáxias) causa uma curvatura suficiente do espaço-tempo para que a luz ao seu redor apareça distorcida para nós.

Nebulosa de Carina

Imagem da Nebulosa de Carina.
(NASA, ESA, CSA, and STScI/Divulgação)
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Essa é uma região de formação de estrelas chamada NGC 3324 (ou “Penhascos Cósmicos”) na Nebulosa de Carina, localizada a cerca de 7,6 mil anos-luz de nós, na Via Láctea.

A parte inferior da imagem, que lembra uma paisagem montanhosa, é o amontoado de gás e poeira do qual surgem as estrelas – os objetos brilhantes e pontiagudos na imagem. Ele foi esculpido pela radiação ultravioleta e ventos estelares de estrelas jovens e muito quentes localizadas acima da área mostrada na imagem.

Nebulosa do Anel do Sul

Imagem feita pelo telescópio James Webb.
(NASA, ESA, CSA, and STScI/Divulgação)

Obtidas por dois instrumentos científicos do James Webb, essas imagens retratam a nebulosa planetária NGC 3132, conhecida como Nebulosa do Anel Sul, localizada a 2,5 mil anos-luz de nós. No centro, há duas estrelas que estão presas em uma órbita apertada e moldam a paisagem do local.

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A estrela mais brilhante está em um estágio inicial de sua evolução estelar, enquanto a mais escura é uma estrela moribunda que tem enviado gás e poeira por milhares de anos em todas as direções. O Telescópio Espacial James Webb revelou pela primeira vez que ela está envolta em poeira.

Quinteto de Stephan

Imagem feita pelo telescópio James Webb.
(NASA, ESA, CSA, and STScI/Divulgação)

Este é um conjunto de cinco galáxias conhecido como Quinteto de Stephan – o primeiro grupo de galáxias descoberto na história, no ano de 1877.

Só viu quatro? Pois é, só tem quatro, mesmo. A quinta galáxia está muito mais próxima de nós, a apenas 40 milhões de anos-luz daqui, e acaba não saindo na foto. As outras quatro, que aparecem no centro da imagem e interagem entre si a partir de suas forças gravitacionais, estão bem mais distantes, a 290 milhões de anos-luz. Também é possível ver um buraco negro com 24 milhões de vezes a massa do Sol no centro da galáxia mais alta do grupo.

Esta é a maior imagem do James Webb por enquanto, cobrindo um pedaço do céu que, sob a perspectiva aqui da Terra, é do tamanho de um quinto do diâmetro da Lua (a da SMACS, por exemplo, equivale a um grão de areia do nosso céu). Ela foi construída a partir de quase mil arquivos de imagem separados, e poderá fornecer novas pistas aos cientistas sobre como as interações entre galáxias podem impulsionar sua evolução.

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WASP-96b

Gráfico da composição da atmosfera.
(NASA, ESA, CSA, and STScI/Divulgação)

Este é o primeiro espectro de um exoplaneta (ou seja, um planeta fora do Sistema Solar) gerado pelo James Webb. Os instrumentos científicos analisaram um espectro de luz resultante da observação do WASP-96b, planeta a 1,1 mil anos-luz que leva 3,5 dias terrestres para orbitar sua estrela.

É uma observação indireta: aqui vemos o que acontece na atmosfera do planeta enquanto ele passa na frente de sua estrela, a partir das propriedades da luz coletada pelo telescópio. Esses dados mostram aos cientistas a composição da atmosfera do WASP-96b. Ele tem uma assinatura distinta de vapor d’água, e também há evidências inéditas de neblina e nuvens.

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