Gráfico: Para professores, salário e respeito andam separados
Na comparação entre o nível de respeito e o pagamento reservado aos professores ao redor do mundo... o Brasil é o pior colocado.
O Instituto de Pesquisa Econômica e Social da Fundação Varkey avalia, a cada 5 anos, os índices de respeito e status que professores recebem ao redor do mundo. Em 2018, na avaliação mais recente, o Brasil era o último lugar no ranking.
Para criar o indicador, que vai de 0 a 100, a Fundação levou em conta fatores como o quanto um jovem é estimulado a se tornar professor no futuro e qual é o nível de prestígio social para quem se dedica a lecionar.
Salário x Respeito, monitorados em 35 países
O eixo de salários*, no gráfico, mostram o salário médio bruto anual, em dólares. E, nesse aspecto, o Brasil não chega a ficar na lanterninha: estamos à frente da Argentina, do Egito e até da Rússia – que se destaca entre os países onde os professores são mais prestigiados.
Curioso mesmo é o fato da média salarial brasileira estar levemente acima da média chinesa. Essa, sim, está na situação completamente oposta à do Brasil: se nosso país sempre flertou com uma pontuação “zero” no índice de respeito, a China costuma levar o primeiro lugar e o score de 100 pontos ano após ano.
A posição da China é justificada, majoritariamente, pelo prestígio social do professor. Como se mede, porém, o prestígio de uma profissão? A metodologia da fundação inclui pedir para que toda a sua amostra de entrevistados compare a carreira de professor com outra carreira que eles acreditam que desfruta do mesmo status social.
A comparação mais comum, na média dos países, é que um professor seja comparado a um assistente social em termos de prestígio. Na China, porém, segundo 37% dos respondentes, a profissão que mais se aproxima do nível de prestígio de um professor é…. A de médico.
O próprio método deixa claro que parte do que torna uma profissão valorizada é o quanto as pessoas são estimuladas a entrar nela. E o pagamento é, sim, parte desse incentivo. Mas Alemanha e Suíça são prova de que isso não é tudo. Apesar de pagarem muito bem seus professores, esses países ficam longe de associar muito prestígio à profissão – só 20% dos respondentes incentivaria um filho a seguir essa carreira. E, na escala do respeito, a pontuação não cresce grandes coisas.