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Gordura trans pode aumentar sua chance de ter ataques cardíacos

Por EXAME.com
Atualizado em 8 mar 2024, 09h25 - Publicado em 14 ago 2015, 16h08

Marina Demartini

Um estudo publicado no British Medical Journal pode mudar tudo que se sabe sobre dietas. Segundo cientistas, não é um regime à base de gordura saturada que provoca diabetes e problema cardíacos e, sim, um recheado de gordura trans.

A gordura saturada é encontrada em queijos e carnes, como o bacon e na manteiga. Já a trans pode ser dividida em dois tipos.

A primeira é a natural, que fica armazenada no estômago de animais. A segunda é a industrial, produzida a partir de óleos vegetais líquidos, que são transformados em gorduras sólidas com a adição de hidrogênio. Esta, geralmente, é adicionada na margarina ou em salgadinhos industrializados.

Descoberto método para transformar gordura ruim em gordura boa

De acordo com a pesquisa, o consumo de gorduras trans está associado a um aumento de 30% no risco de uma pessoa ter ataques cardíacos. Os cientistas também descobriram que as pessoas que mantém uma dieta rica em gorduras trans têm 18% mais chance de morrer dos efeitos de uma doença cardíaca.

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O estudo publicado se utilizou da metanálise para fazer a descoberta. Isso significa que os pesquisadores integraram os resultados de vários estudos para chegar a uma conclusão.

Devido à utilização desta técnica, os cientistas não puderam responder a todas as questões relacionadas ao assunto. Por exemplo, não havia dados suficientes para determinar se a gordura trans está relacionada a um aumento do risco de diabetes do tipo 2.

Além disso, como as gorduras saturadas são uma classe de compostos, alguns pesquisadores acham que algumas delas são mais saudáveis do que outras. No entanto, é difícil dizer se isso é verdade a partir desta pesquisa, pois os cientistas avaliaram o efeito do consumo de grandes quantidades de gordura saturadas.

Vai e vem de dietas

O estudo desbancou uma ideia aceita por vários médicos e nutricionistas. Ele revelou que as gorduras saturadas não estão associadas a doenças cardíacas, derrame, diabetes ou morte precoce.

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A Associação Americana de Cardiologia e o Instituto Nacional de Saúde dos EUA declarou guerra contra as gorduras saturadas no início da década de 60. O alerta institucional era baseado nas pesquisas de Ancel Keys, professor da Universidade de Minnesota.

O pesquisador descobriu uma relação entre a gordura saturada e a mortalidade em sete países: Japão, Holanda, Estados Unidos, Iugoslávia, Grécia, Finlândia e Itália.

No mesmo ano, Keys foi capa da revista TIME e ditou um novo regime para os americanos. Segundo o professor, os cidadãos deveriam cortar as gorduras saturadas de suas dietas de 40% para 15% para evitar o aumento nas taxas de colesterol no sangue.

Vários médicos começaram a dizer para seus pacientes que era mais saudável comer margarina do que manteiga. Porém, aparentemente, o vilão aqui é a margarina. Ela é um dos alimentos que mais possui gorduras do tipo trans.

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Nada novo de novo

A descoberta dos efeitos negativos das gorduras trans não é algo novo. Em 2006, entrou em vigor no Brasil a norma que obriga fabricantes a especificarem na embalagem a quantidade de gordura trans contida nos alimentos.

A medida, determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), animou muitos médicos. De acordo com o site do hospital Albert Einstein, este tipo de gordura eleva o colesterol ruim (LDL) e diminui o colesterol bom (HDL).

Pesquisas anteriores também descobriram que as gorduras trans podem aumentar o risco de doenças cardíacas e até afetar a memória.

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